Agência France-Presse
postado em 06/03/2011 21:48
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convenceu neste domingo o ministro das Relações Exteriores do regime de Muamar Kadhafi a permitir que uma equipe de "avaliação humanitária" visite Trípoli e nomeou um enviado especial para lidar com o regime, informou seu porta-voz.O ex-chanceler jordaniano Abdelilah Al-Khatib irá realizar "consultas urgentes" com o governo de Kadhafi sobre a batalha crescente com rebeldes e trabalhar na crise humanitária que ela causou, informou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
As Nações Unidas exigiram acesso "urgente" à cidade de Misrata, controlada pelos rebeldes, que sofreu ataque das forças do regime, e o secretário-geral da ONU expressou uma preocupação crescente com o que ele chamou de uso "desproporcional" da força por Kadhafi.
Ban "apelou fortemente pelo fim das hostilidades" em conversas por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Líbia, Mussa Kussa, disse Nesirky.
Ban pediu que o governo de Kadhafi "garanta a segurança de todos os cidadãos estrangeiros e o livre acesso das organizações humanitárias às pessoas necessitadas".
"Neste sentido, ele sugeriu o envio imediato de uma equipe de avaliação humanitária para Trípoli, um pedido que foi aceito pelo ministro das Relações Exteriores", disse Nesirky.
A equipe está sendo organizada pelo Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Não foi divulgado em que partes de Trípoli a equipe será autorizada a ir ou se poderá viajar para outras cidades.
Ban conversou com Kadhafi em 21 de fevereiro, mas foi incapaz de convencer o líder líbio a pôr um fim aos protestos da oposição, que segundo grupos de direitos humanos já deixaram milhares de mortos. O Conselho de Segurança ordenou sanções contra Kadhafi cinco dias depois.
A ONU afirmou que o ex-chanceler jordaniano deve ir a Nova York nesta semana antes de assumir suas responsabilidades na região.