WASHINGTON - Com variadas manifestações contra a violência conjugal na Turquia, pedidos de dignidade na Itália, homenagens ao papel das mulheres nas revoluções do norte da África e denúncias de desigualdade no mercado de trabalho, o mundo comemorou nesta terça-feira o Dia Internacional da Mulher.
A secretária de Estado Hillary Clinton disse que os Estados Unidos pressionarão para que as mulheres sejam incluídas na transição democrática dos países árabes. "Nos próximos meses e anos as mulheres de Egito, Tunísia e outros países terão os mesmos direitos dos homens para refazer seus governos", afirmou.
Por sua vez, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e a vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding, ressaltaram o "papel crucial" das mulheres nas mudanças na Tunísia e Egito.
Na Itália, centenas de mulheres se manifestaram em Roma, Florença e Milão para pedir mais dignidade, tendo como pano de fundo o anúncio da justiça de que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi será julgado por prostituição de uma menor de idade.
Aproveitando a ocasião, o jornal britânico The Guardian publicou uma lista das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo, entre as quais se encontra a presidente brasileira, Dilma Rousseff, que figura ao lado de nomes como Margareth Thatcher, Aung San Suu Kyi, Angela Merkel, Hillary Clinton e personalidades pop como Madonna e Lady Gaga.
Em Buenos Aires, um protesto diante do Congresso argentino chamou a atenção sobre as mulheres vítimas da violência conjugal. Sob o lema "Ninguém dá atenção a elas", a mobilização fez referência às mulheres que se atrevem a denunciar a violência familiar de que são vítimas, mas que não são ouvidas pelas autoridades policiais.
As denúncias contra os crimes do gênero e contra a impunidade foram as constantes das mobilizações em todo o mundo.
Em Ancara e Istambul, milhares de mulheres se manifestaram para denunciar os "crimes de honra" e a violência de que as mulheres são vítimas na Turquia, um país muçulmano que quer se unir à União Europeia (UE).
Na Grécia, onde o emprego das mulheres sofreu o impacto da recessão - há 17% da mulheres desempregados, contra 11,6% de homens - foi celebrada uma mobilização na praça central de Atenas.
Em Londres, a cantora Annie Lennox participou, com outras atrizes, em uma marcha às margens do Tâmisa, em Londres, por ocasião desta data.
E na França, inúmeras associações e federações feministas convocaram debates, exposições e marchas, em torno dos temas da violência conjugal ou discriminações no mercado trabalhista.
Na Colômbia, onde as mulheres também são vítimas do conflito armado, o dia foi a ocasião para o lançamento do escritório local da ONU Mulheres.
No Peru, o Poder Judicial informou que ao menos 123 mulheres foram assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros em 2010.
No Brasil, a primeira mulher presidente do país, Dilma Rousseff, divulgou uma mensagem especial pelo Dia Internacional da Mulher, onde ela fala do objetivo de sua política, que é a erradicação da pobreza extrema. Segundo ela, no Brasil a pobreza tem cara e ela "é feminina, está ligada às mulheres".