Washigton - Os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira (9/3) que ainda não decidiram uma estratégia a seguir diante da crise líbia, e se defenderam das críticas que apontam lentidão para enfrentar a repressão do governo de Muamar Kadafi contra os rebeldes.
Depois de confirmar que altos responsáveis da administração americana reuniram-se nesta quarta-feira na Casa Branca para determinar a ação a ser adotada diante dos acontecimentos da Líbia, o porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, tentou minimizar o encontro.
"Sei que não é uma reunião (que desembocará) em uma decisão. É uma reunião na qual se repassarão e discutirão os acontecimentos na Líbia, assim como o conjunto de opções que já adotamos e as quais estão disponíveis", explicou Carney em coletiva de imprensa.
Revolta
A revolta popular contra o regime do coronel Kadafi, que começou em 15 de fevereiro, tornou-se um conflito armado entre rebeldes e as forças leais ao líder líbio, que já deixaram centenas de vítimas.
A administração americana parece ter atrasado a possibilidade de iniciar uma intervenção militar ou impor uma zona de exclusão aérea líbia, enquanto Obama pediu várias vezes para Kadafi deixar o poder.
Diante das críticas do influente senador republicano John McCain, mas também do jornal The New York Times - que na terça-feira disse que os Estados Unidos enviavam "mensagens contraditórias" sobre a Líbia, enfraquecendo o "poder de persuasão americano" - Carney citou a rapidez com a qual foram tomadas as ações de Washington frente a essa crise.
"Impusemos sanções muito sólidas, como congelar mais de 30 bilhões de dólares do regime de Kadhafi (nos EUA). Coordenamos com nossos parceiros europeus para (determinar) outras sanções na ONU", assegurou o porta-voz da Casa Branca, que também mencionou a assistência humanitária enviada pelo governo.
Além disso, "as reuniões da Otan esta semana em Bruxelas foram convocadas por iniciativa dos Estados Unidos, pelo presidente" Barack Obama, afirmou Carney. "Tudo isso ocorreu em três semanas", disse.
Um alto funcionário americano, que pediu para não ser identificado, afirmou à AFP nesta quarta-feira que as decisões sobre a Líbia poderão ser tomadas na quinta-feira durante uma reunião dos ministros da Defesa da Otan em Bruxelas.
Por sua vez, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou na terça-feira que a imposição de uma zona de exclusão aérea deve ser uma decisão tomada pela ONU e não pelos Estados Unidos. Mas a China e, sobretudo, a Rússia são reticentes a um dispositivo como este e podem exercer seu direito a veto no Conselho de Segurança.