Tóquio - O terremoto de 8,9 graus seguido por tsunami que atingiu o Japão na sexta-feira (11/3) deixou mais de mil mortos e desaparecidos, segundo o último levantamento da polícia. No total, 487 corpos já foram encontrados em diferentes localidades do norte e do leste do Japão, incluindo 200 no litoral de Sendai, na prefeitura de Miyagi, atingido por uma tsunami de 10 metros.
[SAIBAMAIS]Além dos 487 mortos, há 725 desaparecidos e 1.046 feridos, informou a polícia na tarde deste sábado, acrescentando que há dificuldades para se realizar uma avaliação precisa devido ao grande número de áreas atingidas. A imprensa japonesa teme um grande número de mortos na ilha de Honshu, na costa nordeste do país, onde ondas monstruosas destruíram mais de 3.000 casas.
O porta-voz do Executivo Yukio Edano expressou a determinação do governo em trazer alívio para as áreas afetadas pelo desastre. ;Este é o maior terremoto desde a Era Meiji, e acreditamos que mais de 1.000 pessoas perderam suas vidas;
Resgatados com vida
Um barco arrastado pelo tsunami e que era foco de grande preocupação foi encontrado e seus 81 passageiros, resgatados com vida por helicópteros militares, informou a agência Jiji Press.
O ministro da defesa informou que em torno de 1.800 casas em Minamisoma, na prefeitura de Fukushima, estão destruídas, enquanto as autoridades do Sendai revelaram que 1.200 casas foram atingidas pelo tsunami.
Na pequena cidade de Ofunato, mais ao norte, 300 casas foram destruídas ou arrastadas.
Mais de 80 incêndios atingiam os arredores de Tóquio e as prefeituras de Iwate, Miyagi, Akita e Fukushima, informou a Kyodo, citando o Departamento de Bombeiros.
Nas centrais nucleares de Fukushima 1 e 2, a cerca de 250 km de Tóquio, as autoridades liberaram vapor radioativo para reduzir a pressão excessiva em ao menos dois reatores. "Seguindo as instruções do governo, liberamos parte do vapor, que contém substâncias radioativas", explicou à AFP um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco). "Acompanhamos a situação e até o momento não há problemas".
Vapor radioativo
A radioatividade registrada na sala de controle de um reator da central de Fukushima 1 atingiu um nível mil vezes superior ao normal, após problemas de refrigeração provocados pelo terremoto.
Antes da liberação do vapor radioativo, as autoridades decretaram uma zona de isolamento de 10 km em torno de Fukushima 1, envolvendo mais de 45 mil pessoas que vivem na região.
Na central nuclear de Fukushima 2, na mesma zona, o procedimento para liberar vapor radioativo foi adotado em ao menos um de três reatores que perderam parte de sua capacidade de resfriamento.
Fukushima 2 também era centro de uma área de isolamento, de 3 km de raio, decretada pelas autoridades para afastar a população. As duas centrais nucleares estão separadas por 12 km.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, que pediu à população que observe com rigor a área de isolamento em torno das usinas, e admitiu o risco de vazamento nuclear.
A Agência de Segurança Industrial e Nuclear reconheceu o risco de vazamento radioativo em Fukushima, mas garantiu que isto não ameaça a população.
"Os habitantes estão convidados a evacuar a zona, mas com calma", disse um funcionário da Agência.