Jornal Correio Braziliense

Mundo

Liga Árabe analisa o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea na Líbia

Cairo - Foi aberta neste sábado, no Cairo, a reunião extraordinária da Liga Árabe sobre a Líbia, durante a qual será analisado o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, comprovou o correspondente da AFP.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, defende a medida, segundo entrevista concedida à revista alemã Der Spiegel. "Falo de uma ação humanitária. Trata-se de uma zona de exclusão aérea para apoiar o povo líbio em sua luta par se libertar de um regime cada vez mais indiferente" a seus sofrimentos, declarou Moussa.

Os Estados Árabes do Golfo, dominados pela Arábia Saudita, já haviam renovado, na sexta-feira, seu apoio ao princípio de criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas insistiram na necessidade de a Liga Árabe mostrar-se precavida com uma tal operação.

[SAIBAMAIS]Reunidos na noite de quinta-feira em Riad, os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) consideraram o regime do coronel Muamar Kadhafi "ilegítimo" e exortaram seus pares árabes, que se encontram neste sábado no Cairo, a "assumir responsabilidades para fazer parar o banho de sangue".

Este apelo à ação, o segundo em uma semana, ilustra a necessidade de os ricos Estados produtores de petróleo mostrarem concretamente solidariedade com a população líbia ante o que denunciaram como "genocídio", numa declaração inicial, divulgada no dia 22 de fevereiro.

"A decisão do CCG de apoiar a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia não foi tomada apenas pelo reino, mas de forma coletiva", destacou Abdul Aziz Sager, um especialista em Arábia Saudita no Centro de pesquisa sobre o Golfo.