A usina nuclear, danificada pelo terremoto de sexta-feira, já havia sofrido uma explosão no sábado.
No entanto, segundo o porta-voz do governo, Yukio Edano, "nada podemos confirmar ainda. Apenas supomos que ocorreu um derretimento, mas as medidas já estão sendo tomadas".
Segundo Yukio Edano, a explosão ocorrida sábado no nível do reator N; 1, da mesma usina nuclear, a 250 km de Tóquio, também pode ter sido causada por um acúmulo de hidrogênio na parte superior do prédio onde fica o reator. E garantiu que já estão sendo tomadas todas as providências para evitar uma segunda explosão.
Engenheiros tentaram, sem conseguir, resfriar o centro do reator com água do mar, mas acreditam que o concreto em volta é forte o bastante para aguentar uma explosão.
[SAIBAMAIS]Até agora, 170 mil pessoas foram retiradas das áreas próximas à usina. No sábado, o governo dobrou a área de evacuação dos moradores, de um raio de dez para 20 quilômetros em volta de Fukushima, depois que a operadora da central nuclear, a Tepco de Tóquio, afirmou que os níveis de radiação em volta da usina aumentaram acima dos limites permitidos.
O MOX, combustível utilizado na usina nuclear japonesa de Fukushima, que concentrava todas as preocupações neste domingo, é considerado material particularmente tóxico, segundo a ONG francesa, a Rede Sair do Nuclear (Sortir du nucléaire, RSN).
Composto de urânio e de plutônio, provenientes de dejetos nucleares reciclados, o MOX é "bem mais reativo que os combustíveis padrões", explicou à AFP Jean-Marie Brom, engenheiro atômico, diretor de pesquisas no CNRS (organismo público de pesquisa), e que é, também, membro do RSN.
"O plutônio, que não existe em estado natural, é veneno químico violento", explicou.
Segundo o RSN, sua "toxicidade é temível: basta inalar uma partícula para desenvolver câncer de pulmão".
O governo japonês também anunciou que o número de soldados trabalhando nas operações de resgate e ajuda na região foi duplicado para 100 mil.
Equipes internacionais de ajuda estão sendo enviadas ao Japão, com a ONU na coordenação da operação.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu ajuda e um porta-aviões americano já está no Japão para as operações de resgate; um segundo já está a caminho.
O tsunami que se seguiu ao terremoto de sexta-feira levou muita devastação ao litoral nordeste do Japão, varrendo muitas cidades e vilarejos. Tremores secundários continuam sendo sentidos na região.