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Rei de Bahrein quer iniciar logo o diálogo com a oposição

Agência France-Presse
postado em 13/03/2011 16:03
Manama - O rei de Bahrein, Hamad Ben Isa Al Jalifa, afirmou neste domingo que quer iniciar rapidamente um diálogo com a oposição, num momento em que se multiplicam os confrontos entre manifestantes xiitas e as forças de segurança, criando uma atmosfera de forte tensão. Na tarde deste domingo, inúmeros manifestantes bloquearam estradas e os comércios fecharam suas portas no centro de Manama, habitualmente muito movimento, comprovou o correspondente da AFP.

Mais de 200 pessoas foram hospitalizadas - três em estado grave - depois que a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que tentavam bloquear o acesso ao distrito financeiro na capital. Bahrein é um centro financeiro do Golfo e a cidade de Manama conta com inúmeros estabelecimentos bancários, alguns com estatuto de instituição estrangeira.

É a primeira vez que a polícia ataca os manifestantes que acampam na Praça da Pérola desde 19 de fevereiro para reclamar reformas neste pequeno reino do Golfo, de população em sua maioria xiita e governada por uma dinastia sunita. Washington condenou neste domingo esta violência política e pediu que o governo de Bahrein continue com o diálogo pacífico com a oposição, sem recorrer ao uso da força, segundo afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Washington mantém estreitas relações com Bahrein, onde está posicionada a V Frota americana. O rei Hamad afirmou desejar que todas as partes se sentem rapidamente em torno da mesa de negociações para alcançar um consenso, conforme informou a agência oficial BNA.

O rei encarregou ao príncipe herdeiro Salman ben Hamad Al Jalifa que inicie dialogo com a oposição dominada pelo partido xiita Wefaq, que reclama a demissão do governo e uma monarquia constitucional.

O movimento de protestos em Bahrein começou em 14 de fevereiro e custou a vida de sete manifestantes, cinco dos quais morreram em 17 de fevereiro, durante um ataque das forças de segurança contra as pessoas que acampam na Praça da Pérola.

Neste domingo, a polícia também desmantelou as barracas de 350 manifestantes que protestavam na entrada do distrito financeiro da capital.

Em outro incidente, civis encapuzados atacaram com machados e espadas os estudantes da oposição que realizavam um protesto na Universidade de Bahrein.

Por último, a União Geral dos Sindicatos de Trabalhadores lançou uma convocação de greve geral, classificando a dispersão à força dos manifestantes neste domingo de "violação dos direitos humanos".

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