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União Europeia envia missão a Benghazi

Agência France-Presse
postado em 14/03/2011 17:22

Bruxelas - A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton enviou uma missão a Benghazi, centro da rebelião anti-Kadafi, para avaliar as possíveis medidas a serem tomadas para responder ao conflito no país, incluindo uma eventual zona de exclusão aérea.

Esta missão, composta por membros do serviço diplomático da União Europeia e dirigida pelo diretor do centro europeu de gestão de crises, Agostino Miozzo, visitou no domingo e na segunda-feira a cidade e a fronteira entre Líbia e Egito, indicou nesta segunda-feira (14/3) uma porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic.

Seu objetivo foi "reunir informações e avaliar a situação para pôr em prática as medidas que estão em curso para responder à crise líbia", ressaltou.

Um diplomata europeu indicou à AFP "que a zona de exclusão aérea faz parte das medidas" estudadas pelos ocidentais.

A questão deverá ser abordada à noite em Paris durante uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países do G8.
[SAIBAMAIS]
Indecisão

A exemplo do G8, os países da União Europeia estão divididos sobre as medidas para pôr fim ao regime do líder líbio, entre os defensores de uma zona de exclusão aérea ou de bombardeios seletivos, liderados pela França e pelo Reino Unido, e os que consideram que uma ação militar pode fugir ao controle.

Os primeiros veem na progressão das forças de Muamar Kadhafi, que retomam territórios e avançam em direção a Benghazi, "capital" dos rebeldes, um argumento adicional para acelerar os preparativos para uma intervenção militar aérea.

"É mais um incentivo para agir do que um incentivo para negociar" com o coronel Kadhafi, ressalta um alto funcionário europeu, que pediu para não ser identificado.

As negociações para que uma resolução do Conselho de Segurança da ONU seja adotada autorizando uma intervenção deveriam, em sua opinião, ser aceleradas.

Com a contra-ofensiva das forças do coronel Kadhafi, "o que pode ocorrer na Líbia é um pouco como em Budapeste em 1956 ou em Praga em 1968" quando os tanques soviéticos reprimiram os levantes contra os regimes comunistas desses países, ressaltou o alto funcionário.

"Todo mundo sabe o que vai acontecer (na Líbia) se deixarmos as coisas neste estado", acrescentou.

Mas essa não é a posição de todos os países da UE, já que alguns preferem que a Europa defenda uma mediação com Muamar Kadhafi e um cessar-fogo.

Itália, Grécia, Malta ou Chipre fazem parte dos países que optam pela prudência, indicou um diplomata europeu de alto escalão.

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