Agência France-Presse
postado em 15/03/2011 08:39
Genebra - Os ventos estão afastando para o oceano a radioatividade que paira sobre o Japão e outros países, indicou nesta terça-feira uma porta-voz da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU."Todas as condições meteorológicas estão levando (a radioatividade) para o mar, sem implicações para o Japão ou outros países próximos", afirmou Maryam Golnaraghi, coordenadora do programa de redução de riscos em desastres nucleares.[SAIBAMAIS]As condições "vão variar à medida que os sistemas meteorológicos evoluem", explicou Golnaraghi. "Ainda não poderemos dizer, ao longo dos próximos dois ou três dias, o que vai acontecer", acrescentou.Mais cedo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia alertado para a emissão direta de substâncias radioativas na atmosfera.
"As autoridades japonesas informaram hoje à AIEA às 04H50 (00H50 de Brasília) que a piscina de depósito de combustível usado do reator número 4 da central de Fukushima Daiichi estava em chamas, e que emitia radioatividade diretamente na atmosfera", indicou a AIEA em um comunicado.
O incêndio do reator 4 está "aparentemente apagado", indicou a mídia japonesa. "O incêndio que aconteceu no quarto andar do reator 4 está aparentemente apagado", indicou a agência Jiji.
Além disso, as autoridades japonesas informaram à AIEA que uma explosão ocorreu no reator da mesma central às 06H20 (02H20 de Brasília). "Foram aferidas no local taxas de radioatividade de até 400 millisieverts por hora", acrescentou a AIEA.
Segundo um porta-voz do governo japonês, a preocupação agora é com os reatores 5 e 6 de Fukushima, que registraram uma leve alta da temperatura nesta terça-feira. "Observamos uma leve elevação da temperatura nos reatores 5 e 6", disse Yukio Edano, porta-voz do governo.
Estas duas unidades estavam desligadas para manutenção no dia no terremoto. Para especialistas, o aquecimento pode se dever a um problema no sistema de resfriamento.