Agência France-Presse
postado em 16/03/2011 15:30
Bruxelas - O comissário europeu de Energia criticou nesta quarta-feira (16/3) a reação pouco profissional dos japoneses em relação à catástrofe na usina nuclear japonesa de Fukushima, considerando que o destino do país estava agora "nas mãos de Deus".A maneira como a crise foi administrada e "os meios incríveis à disposição dos japoneses" me levam a "corrigir a alta consideração que tinha até o momento sobre a competência dos engenheiros, técnica e industrial, a perfeição e precisão dos japoneses", considerou Günther Oettinger.
"Os japoneses trabalham com hidrantes, tentam jogar água com hidroaviões, não sabem mais como sair dessa situação", acrescentou, ante uma comissão do Parlamento Europeu, "é uma verdadeira catástrofe e reage-se aos trancos".
Ele ainda revelou que existem "divergências" entre a companhia de eletricidade japonesa Tokyo Electric Power (Tepco), que administra os reatores nucleares danificados, e o governo japonês sobre a resposta à crise.
O comissário, que já havia na véspera falado de um "apocalipse", referindo-se à situação na usina de Fukushima atingida pelo terremoto seguido de tsunami devastador de sexta-feira, mostrou-se novamente catastrófico. Agora, "temo que a situação esteja nas mãos de Deus", disse.
"Podemos dizer que esta instalação não está mais sob controle", julgou Oettinger, "certamente, ao longo das próximas horas, vão surgir desdobramentos catastróficos e riscos para a vida das pessoas na ilha".
A situação continua crítica nesta quarta-feira na usina nuclear de Fukushima, onde as autoridades japonesas lutam para impedir uma tragédia nuclear de grandes proporções. Após dois novos incêndios nos reatores 3 e 4, a radioatividade medida na entrada da central aumentou muito, baixando em seguida.
"É com terror que assistimos às imagens que chegam do Japão. Temo que não tenhamos ainda presenciado o fim dessa tragédia, de uma catástrofe internacional", declarou o comissário de Energia.