Washigton - O Japão é um país rico, dotado de uma economia forte e possui todos os recursos financeiros necessários para enfrentar os desafios provocados pelo terremoto e tsunami devastadores de 11 de março, considerou nesta quinta-feira (17/3) o Fundo Monetário Internacional.
"A prioridade dos dirigentes políticos é responder às necessidades humanitárias, de infraestrutura, de reconstrução e resolver a crise nuclear" atual, declarou Caroline Atkinson, diretora de Relações Exteriores do FMI.
"A economia do Japão é sólida, a sociedade japonesa é rica e o governo dispõe de todos os recursos financeiros para responder a estas necessidades", acrescentou a porta-voz do fundo.
"O Japão não pediu qualquer ajuda ao FMI", informou, respondendo a uma pergunta.
Conselhos
O fundo continua a dar conselhos e fornecer análises ao governo de Tóquio, como faz com todos os Estados membros, continuou, estimando que as autoridades locais haviam tomado "medidas convenientes" para enfrentar a crise.
A administração do primeiro-ministro Naoto Kan informou que pretende tomar medidas de estímulo fiscal, as quais a oposição parece disposta a concordar.
"O que importa realmente é que as autoridades políticas contribuam para reerguer a economia o mais rápido possível a todo seu potencial de crescimento", informou Atkinson.
Sobre a questão do aumento da dívida japonesa que a reconstrução deve acarretar, Atkinson insistiu "sobre a importância da retomada da economia".
"Isso contribuirá na melhora da viabilidade financeira do país em longo prazo", acrescentou, recusando-se a comentar sobre a alta do iene, que atingiu na quarta-feira o nível mais alto em relação ao dólar desde a Segunda Guerra Mundial.
Dívida
O Japão possui a taxa de endividamento mais elevada entre os países desenvolvidos. Segundo o FMI, sua dívida pública representaria mais de 220% de seu PIB em 2010.
O balanço oficial do terremoto e do tsunami de 11 de março está nesta quinta-feira em 5.457 mortos e 9.508 desaparecidos, mas há grandes chances de os números serem mais dramáticos. O total dos prejuízos materiais com a catástrofe deve chegar a dezenas de bilhões de dólares.