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Míssil destrói prédio do complexo residencial de Kadafi

Agência France-Presse
postado em 20/03/2011 19:01
Trípoli - A ofensiva da coalizão internacional contra o regime líbio destruiu neste domingo um prédio do complexo residencial do líder Muammar Kadafi, no bairro de Bab el Aziziya em Trípoli, mas os Estados Unidos descartaram qualquer tentativa de matar o ditador.

O prédio, situado a cerca de 50 metros da tenda onde Kadafi recebe geralmente seus convidados importantes, foi totalmente destruído.

Trata-se de um prédio administrativo que foi atingido por um míssil, confirmou o porta-voz do regime, Musa Ibrahim, aos jornalistas estrangeiros.

"Foi um bombardeio bárbaro, que poderia ter atingido centenas de civis congregados na residência de Muammar Khadafi, a cerca de 400 metros do prédio atingido", declarou Ibrahim, que denunciou as "contradições do discurso ocidental".

"Os países ocidentais dizem que querem proteger os civis, mas atacam uma residência onde sabem que há civis no interior.

No Pentágono, o vice-almirante Bill Gortney garantiu que o objetivo dos ataques da coalizão não é o coronel Kadafi.

"Posso garantir que (Kadafi) não figura na lista dos nossos alvos. Não visamos sua residência", declarou o almirante.

Gortney afirmou ainda que "não há indícios de vítimas civis" nas regiões da Líbia atacadas por aviões e mísseis da coalizão.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, assinalou hoje que seria "insensato" matar Khadafi na operação militar da coalizão para deter o regime em Trípoli.

"Acredito na importância de operarmos com base na resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Se começarmos a acrescentar objetivos, acredito que vamos gerar outro problema neste sentido. Não é sensato estabelecer metas que talvez não possamos atingir".

Fortes explosões sacudiram Trípoli na noite deste domingo, incluindo o bairro de Bab el Aziziya, em meio ao fogo antiaéreo.

As baterias antiaéreas já haviam disparado hoje sobre a zona da residência de Kadhafi, por volta das 15h15 (horário de Brasília), quando ocorreram fortes detonações.

As forças britânicas confirmaram sua participação neste domingo em "um raid contra os sistemas líbios de defesa antiaérea", lançando do Mediterrâneo mísseis (de cruzeiro) Tomahawk de um submarino da classe Trafalgar.

Segundo o almirante Gortney, os ataques visam a defesa antiaérea líbia, que foi "fortemente atingida" pelos aviões e mísseis da coalizão, o que permite a instalação "efetiva" de uma zona de exclusão aérea sobre o país, como determina a resolução da ONU.

A principal ameaça aos aviões americanos, britânicos e franceses sobre a Líbia é constituída por mísseis terra-ar SA-5, baseados na região de Trípoli e alvo dos ataques da coalizão.

A destruição da capacidade antiaérea é fundamental para o estabelecimento da zona de exclusão aérea sobre a Líbia, como prevê a resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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