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Manifestações na Síria deixam 15 pessoas mortas

Agência France-Presse
postado em 23/03/2011 16:08

Damasco - Quinze pessoas morreram nesta quarta-feira (23/3) na cidade síria de Deraa, cenário de manifestações sem precedentes contra o regime, segundo o balanço de militantes dos direitos humanos.

Nove pessoas morreram nos confrontos entre forças de ordem e manifestantes antes do amanhecer, entre elas duas mulheres e uma criança.

Outras seis pessoas morreram durante o enterro das vítimas da violência durante a noite.

Uma menina de 11 anos morreu atingida por uma bala perdida nessa ocasião.

Os militantes desmentiram a versão das autoridades sírias, segundo a qual houve apenas quatro mortes, vítimas de um grupo armado.

As autoridades também denunciaram "facções estrangeiras que continuam pregando mentiras sobre a situação em Deraa".

Deraa, ao sul de Damasco, se encontra rodeada pelo exército e as forças especiais.

Mais de mil manifestantes gritando frases de protestos contra o regime do país haviam se reunido na véspera, em torno da mesquita Al Omari e foram alvo da repressão das forças sírias, que lançaram bombas de gás lacrimogêneo.

Condenação

A França pediu nesta quarta-feira à Síria que renuncie ao uso excessivo da força contra manifestantes e condenou a violência na noite de terça-feira.

"A França pede à Síria que renuncie ao uso excessivo da força e condena a violência que provocou mortos e feridos entre os manifestantes na noite de terça-feira em Deraa", afirma o texto.

Um movimento de protesto sem precedentes começou na Síria em 15 de março depois de uma convocação através do Facebook intitulada "A revolução síria contra Bachar al Assad 2011".

Dezenas de manifestantes foram detidos desde 15 de março, segundo associações de defesa dos direitos humanos.

Desde o início das manifestações, o presidente Bachar al Assad, no poder desde 2000, não se manifestou publicamente, mas promulgou um decreto estipulando a destituição do governador de Deraan, Fayçal Khaltoum, indicou a televisão síria.

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