Agência France-Presse
postado em 23/03/2011 16:50
Jerusalém - Um atentado a bomba, desta vez contra um ônibus parado em um ponto perto da rodoviária da cidade, abalou Jerusalém nesta quarta-feira (23/3), matando uma mulher e ferindo outras 30 pessoas. Foi o primeiro ataque deste tipo na cidade desde 2004, ao mesmo tempo em que a violência prosseguia na fronteira entre a Faixa de Gaza e o sul de Israel.O ato aconteceu após militantes de grupos radicais palestinos jurarem vingança por dois ataques aéreos israelenses em Gaza.
As autoridades e a polícia informaram que o artefato estava escondido dentro de uma bolsa, deixada em um ponto de ônibus ao lado da estação central, perto da entrada ocidental de Jerusalém.
"Houve uma explosão por volta das 15H00 (10H00 de Brasília) perto de uma parada de ônibus, onde dois ônibus se preparavam para pegar passageiros", relatou Aharon Franco, chefe da polícia de Jerusalém.
"Aparentemente, uma bomba foi deixada em uma bolsa perto de um telefone público", acrescentou.
Poucas horas depois do ataque, uma mulher de 59 anos, que ficara gravemente ferida na explosão, não resistiu e morreu no hospital Hadassa, no bairro de Ein Kerem, segundo informações da mídia israelense.
A mulher ainda não foi identificada.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, declarou depois do atentado que Israel se defenderá dos ataques que sofrer com uma vontade férrea.
"Eles estão tentando testar nossa força de vontade e nossa determinação, e vão descobrir que esse governo, o exército e o povo israelense têm uma vontade férrea para defender o país", declarou antes de partir para uma visita de 24 horas a Moscou.
O secretário da Defesa americano Robert Gates, que está no Cairo, condenou o ataque, que chamou de "atentado terrorista horrível".
O porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, indicou que 35 pessoas ficaram feridas na explosão.
Em março de 2008, um palestino lançou uma escavadeira contra um centro de estudos talmúdicos em Jerusalém Ocidental, deixando oito mortos e nove feridos.
Entre os feridos desta quarta-feira, pelo menos três pessoas estão internadas em estado grave, segundo os médicos. Várias foram atingidas por estilhaços.
A explosão, que abalou prédios a centenas de metros de distância, atingiu o ônibus da linha 74 que havia parado para pegar passageiros no ponto entre a rodoviária e o centro de convenções ICC, local movimentado do centro da cidade, por onde milhares de veículos circulam diariamente.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atrasou em quatro horas sua partida para Moscou, onde tem programada uma visita oficial, para coordenar a resposta ao atentado.
Na Rússia, ele deve se encontrar com o presidente, Dmitri Medvedev, e com o primeiro-ministro, Vladimir Putin.
A explosão ocorre num momento de tensão na fronteira da Faixa de Gaza, com um aumento do número de foguetes palestinos lançados contra o território israelense e ataques aéreos em represália.
No momento do atentado, Netanyahu estava reunido com seu gabinete de segurança para, segundo a imprensa local, discutir a reação israelense aos foguetes palestinos. Nesta quarta-feira, dois deles atingiram a cidade de Beersheva, no sul.
"Talvez seja necessária uma troca de golpes, e talvez leve algum tempo, mas estamos muito determinados a atacar a capacidade dos elementos terroristas de atacar nossos cidadãos", declarou Netanyahu.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, que está nos Estados Unidos, indicou por sua vez que Israel não tolerará nenhum ataque, seja a Jerusalém ou às cidades do sul.
"Não vamos tolerar ataques contra cidadãos israelenses, nem nas comunidades do sul, nem em Jerusalém", afirmou, em um comunicado divulgado por seu gabinete.
"Até onde sabemos, o Hamas é responsável pelos foguetes no sul e em Beersheva, e esta responsabilidade tem um preço", acrescentou.