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Grupos palestinos de Gaza oferecem trégua sob condições a Israel

Agência France-Presse
postado em 26/03/2011 18:02
Gaza (Palestina) - Vários movimentos palestinos reunidos na Faixa de Gaza neste sábado, com intermediação do Hamas, se declararam dispostos a um "retorno à calma" e a uma trégua tácita com Israel, depois da recente escalada de violência, se o Estado hebreu fizer o mesmo.

Por sua parte, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que não participou no encontro em Gaza, se reuniu em Ramallah, na Cisjordânia, com representantes do Hamas para discutir sobre a reconciliação entre as duas facções rivais palestinas.

"O Hamas está do lado do consenso nacional (palestino) e estamos comprometidos com um retorno à calma durante todo o tempo que o ocupante (israelense) fizer o mesmo", afirmou o representante do movimento islamita palestino, Ismael Radwan, ao término de uma reunião de duas horas em um hotel da cidade de Gaza.

O "consenso nacional palestino" faz alusão à trégua anunciada pelo movimento islamita em janeiro de 2009 por causa da operação israelense "Chumbo grosso" contra o encrave palestino.

O encontro foi convocado pelo Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e contava, entre outros, com a participação da Jihad Islâmica, organização radical à qual se atribui a maioria dos disparos de foguetes nos últimos dias contra o sul de Israel.

A Jihad se comprometeu a respeitar uma trégua de fato nos mesmos termos anunciados pelo Hamas.

A reunião, na qual não participou o partido Fatah de Abbas, acontece depois de duas semanas de confrontos armados com Israel.

Dezenas de disparos de foguetes e obuses foram feitos de Gaza contra o sul do Estado hebreu, provocando represálias das forças israelenses e causaram oito mortos palestinos, quatro deles civis.

A estes enfrentamentos se somou nesta quarta-feira um atentado com bomba que matou uma pessoa e feriu mais de 30 perto da principal estação de ônibus de Jerusalém.

Trata-se do primeiro atentado na Cidade Santa desde a chegada ao poder em 2009 do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e do fato mais violento no conflito israelense-palestino desde a operação militar israelense contra Gaza há dois anos.

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