postado em 30/03/2011 07:00
O presidente sírio, Bashar Al-Assad, deverá se pronunciar hoje em sua primeira intervenção desde o início de uma revolta sem precedentes na Síria, que levou à renúncia de seu governo ontem. A expectativa é de que o chefe de Estado faça o pronunciamento perante o Parlamento. Um alto dirigente sírio disse à France-Presse que Assad também poderá apresentar ;seus projetos de reformas;.
Ontem, o primeiro-ministro sírio, Mohammed Naji Otri, pediu demissão, em meio à renúncia de todo o seu gabinete. A TV estatal síria afirmou que o presidente formará um novo governo nos próximos dias. A iniciativa não deve satisfazer os manifestantes, já que o gabinete ministerial tem pouca autoridade na Síria. O poder concentra-se nas mãos de Assad, de sua família e do aparato de segurança.
Também ontem, milhares de pessoas foram às ruas no centro de Damasco para demonstrar apoio ao presidente. Os defensores de Assad se concentraram na Praça Sabeh Bahrat, agitando bandeiras nacionais e fotografias do presidente. ;Estamos prontos para morrer por Bashar. Estou disposto a dar até a última gota de meu sangue por ele;, disse Rajeh, um estudante universitário. ;A imprensa quer ver protestos na Síria? Aqui estão.;
Repressão
As manifestações contra Assad começaram este mês em Damasco, mas os protestos nas cidades de Deraa e Latakia foram violentamente reprimidos. Conhecida pela política mão de ferro em relação à oposição, a Síria orgulha-se de ser exemplo de coexistência pacífica de fiéis de diferentes credos, em uma região marcada pelo conflito religioso. Diferentemente dos protestos contrários ao regime, as passeatas de ontem foram transmitidas pela TV estatal. Ativistas estimam que 130 pessoas tenham morrido em duas semanas.