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Carter afirma que EUA devem tirar Cuba da lista de promotores do terrorismo

Agência France-Presse
postado em 30/03/2011 18:01
Havana - O ex-presidente americano Jimmy Carter destacou nesta quarta-feira (30/3), em Havana, que os Estados Unidos devem tirar Cuba da lista de países promotores do terrorismo, pois as alegações de Washington "não têm nenhuma base", segundo ele.

Carter falou sobre o assunto em entrevista à imprensa pouco antes de deixar a ilha, na viagem de volta para os Estados Unidos.

O ex-presidente disse que na manhã daterça-feira reuniu-se com os embaixadores de Espanha e Colômbia em Havana, que "não apresentaram nenhuma objeção" a que Cuba saia da lista.

Segundo o Departamento de Estado, que elabora a lista anual, Cuba promove o terrorismo porque serve de refúgio a membros de grupos guerrilheiros colombianos, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e a organização separatista basca ETA.

Cuba nega o acolhimento a terroristas e justifica seus vínculos com a ETA assinalando que tem um acordo com o governo da Espanha, e que seus contatos com as Farc fazem parte das gestões nos processos de paz do país.

A presença de membros da ETA e das Farc na ilha, segundo Carter, "é algo muito positivo" para os governos de Colômbia e Espanha porque "(...) são pessoas que causam problemas em seus próprios países".

"As alegações americanas sobre terrorismo não têm fundamento, e caberá ao presidente dos Estados Unidos eliminar a declaração de que Cuba está promovendo o terrorismo, porque evidentemente não é uma afirmação correta", assinalou Carter.

Lembrou, além disso, "que houve uma cooperação estreita, entre os serviços de inteligência cubanos e americanos para enfrentar as ameaças da Al-Qaeda e outras organizações do Golfo".

Carter concluiu nesta quarta-feira visita privada de três dias, destinada a aproximar os dois países, que não possuem ligações diplomáticas há 50 anos. Encontrou-se com o líder Fidel Castro, o presidente Raúl Castro, o cardeal Jaime Ortega, líderes judeus e com cerca de 20 opositores.

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