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Chanceler de Kadafi renuncia ao chegar em Londres

Agência France-Presse
postado em 30/03/2011 18:36

Londres - O ministro líbio das Relações Exteriores, Mussa Kussa, anunciou sua demissão nesta quarta-feira (30/3), logo após chegar em Londres, informou o Foreign Office.
Ministro era um dos homens de confiança de Kadafi
"Podemos confirmar que Mussa Kussa chegou ao aeroporto de Farnborough em 30 de março procedente de Túnis. Viajou por conta própria e nos disse que renunciou a suas funções" no governo de Muamar Kadafi, revelou o Foreign Office.

Homem de confiança

Chefe dos serviços de inteligência entre 1994 e 2009, Mussa Kussa, 59 anos, era uma importante figura do Comitê Revolucionário, espinha dorsal do regime líbio, e homem de confiança do coronel Muamar Kadafi.
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Mussa Kussa ficou conhecido internacionalmente por seu papel na indenização das famílias das vítimas dos atentados de Lockerbie (1988, 270 mortos) e do DC-10 da UTA (1989, 170 mortos), o que permitiu a retomada das relações de Trípoli com o Ocidente.

O ministro chegou à Grã-Bretanha depois de uma visita de dois dias a Túnis, apresentada oficialmente como uma "visita privada".

"Musa Kusa é uma das principais figuras do governo de Kadafi e seu papel era representar o regime no exterior, o que já não quer fazer", especifica o texto do Foreign Office.

"Animamos aqueles do entorno de Kadafi a abandoná-lo e a optar por um futuro melhor para a Líbia, que permita uma transição política e uma verdadeira reforma que responda às aspirações do povo líbio", conclui o comunicado do Ministério de Relações Exteriores.

Guerra

As forças leais ao dirigente líbio Muamar Kadafi, no poder há 42 anos e confrontado por uma revolta desde 15 de fevereiro, reconquistaram nesta quarta-feira o porto petroleiro de Ras Lanuf, obrigando os rebeldes a mobilizar-se para o leste.

A renúncia do ministro é "muito significativa" e demonstra que os assessores do líder líbio estimam que o fim está próximo, afirmou um alto funcionário americano.

"Trata-se de uma renúncia muito significativa e um sinal de que os aliados de Kadafi acreditam que o fim do regime está próximo", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado.

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