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Obama assinou documento secreto que autoriza apoio terrestre a rebeldes

Agência France-Presse
postado em 30/03/2011 18:53

Agentes da CIA (agência de inteligência norte-americana) foram deslocados para a Líbia para entrar em contato com os rebeldes e direcionar os ataques da coalizão, afirmou nesta quarta-feira (30/3) o New York Times, enquanto a rede ABC indicou que o presidente Barack Obama tinha autorizado a agência a ajudar secretamente os rebeldes.

Sem reagir diretamente a essas informações, a Casa Branca reiterou que ainda não tinha decidido a respeito do fornecimento de armas à oposição que combate as forças do coronel Muamar Kadafi.
[SAIBAMAIS]
Segundo o New York Times, integrantes da central americana de inteligência foram enviados para a Líbia "em pequenos grupos" com a missão de estabelecer ligações com os rebeldes e determinar os alvos das operações militares.

A mesma fonte indicou que "dezenas de membros das forças especiais britânicas e agentes do serviço de espionagem MI6 atuam na Líbia", principalmente, para reunir informações sobre as posições das forças lealistas.

A ABC revelou que Obama havia assinado um documento secreto autorizando operações clandestinas com o objetivo "de contribuir para o esforço" na Líbia.

Esse memorando, segundo a mesma fonte, "enumera formas de ajudar a oposição líbia, autoriza a ajuda a partir de agora e estabelece atividades a serem mantidas no futuro".

A ABC ressaltou, no entanto, que essa autorização não permite armar os rebeldes imediatamente, mas trabalha com a possibilidade de assumir essa posição no futuro.

Em reação nesta quarta-feira a essas revelações, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, recusou-se "a se manifestar sobre questões de inteligência".

Recuo

"Repito o que o presidente disse ontem (terça-feira): nenhuma decisão foi tomada sobre o fornecimento de armas à oposição ou a qualquer grupo que esteja na Líbia. Não descartamos, mas ainda não decidimos isso. Examinamos todas as possibilidades de ajudar os líbios", indicou em um comunicado.

Obama assinou o documento secreto nas últimas duas ou três semanas. As informações são da agência de notícias Reuters.

A autorização permite operações secretas da CIA (agência de inteligência americana) na Líbia.

Apoio

Segundo a France Presse, a presença de agentes da inteligência e de membros das forças especiais ocidentais entre os insurgentes é previsível, embora oficialmente a coalizão internacional afirme que não conta com apoio terrestre nas operações.

As equipes terrestres seriam pequenas - com cinco a doze pessoas - e contariam com potentes sistemas de transmissão.

A missão desses grupos seria identificar alvos para serem destruídos pelos aviões militares e ajudar os rebeldes a operar armas.

Em entrevista à NBC nesta terça-feira (29), Obama declarou que não descarta a hípotese de armar os rebeldes líbios.

Desde o dia 15 de fevereiro a Líbia é palco de protestos populares contra o regime de Muamar Kadafi, no poder há 42 anos. O líder líbio responsabiliza a Al-Qaeda pelo movimento opositor e se nega a sair do cargo.

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