Agência France-Presse
postado em 03/04/2011 10:00
Um conselheiro do primeiro-ministro japonês reconheceu que serão necessários meses para deter o vazamento radioativo da central de Fukushima, onde os funcionários tentavam fechar neste domingo uma rachadura em um poço que leva a contaminação para o mar.Na região nordeste do Japão, devastada pelo terremoto e tsunami de 11 de março, 25.000 soldados japoneses e americanos entraram no terceiro dia de buscas de vítimas. Até o momento apenas 167 corpos foram recuperados.
Três semanas depois da tragédia, o balanço ainda provisório registra 12.009 mortes confirmados e 15.472 desaparecidos.
A central Fukushima Daiichi (N;1), próxima do Oceano Pacífico e a 250 km ao norte de Tóquio, foi concebida para resistir a ondas de seis metros, mas não de 14, como foi o caso.
O maremoto posterior ao tremor de 9 graus afogou os circuitos elétricos e o sistema de resfriamento da central.
Quatro reactores registraram um aquecimento perigoso, provocando explosões e liberando fumaça radioativa. A empresa Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da central, conseguiu conter o superaquecimento jogando água nas instalações.
O acidente, o mais grave desde a catástrofe nuclear de Chernobyl em 1986, "será uma longa batalha", reconheceu Goshi Hosono, conselheiro do primeiro-ministro Naoto Kan.
"Provavelmente serão necessários vários meses para deter os vazamentos radioativos. O maior desafio são as quase 10.000 barras de combustível usado, cuja retirada levará muito tempo", disse.