Agência France-Presse
postado em 05/04/2011 20:36
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu nesta terça-feira (5/4), na Casa Branca, seu homólogo israelense, Shimon Peres, para analisar as recentes mudanças políticas no Oriente Médio e o processo de paz entre Israel e os palestinos, atualmente bloqueado."Falamos longamente sobre o que ocorre no Oriente Médio", disse Obama à imprensa, em referência às revoltas populares que derrubaram os regimes tunisiano e egípcio.
"Com os ventos da mudança que sopram no mundo árabe, é mais importante do que nunca obter uma solução pacífica entre palestinos e israelenses", destacou Obama.
O Egito foi durante os últimos 30 anos um polo de estabilidade para a política israelense e americana na região.
Peres "e eu compartilhamos a opinião de que (os últimos acontecimentos) representam uma dificuldade e uma oportunidade", destacou Obama, que recebeu o presidente de Israel no Salão Oval da Casa Branca.
O dirigente israelense "tem ideias interessantes sobre estas questões e reconhece o fato de que um país como o Egito não deve cuidar apenas da democracia, mas também garantir que as oportunidades de crescimento econômico aumentem" para a população, acrescentou Obama.
Peres destacou que diante do que ocorre no mundo árabe, é importante a retomada das negociações diretas entre o governo do premier israelense, Benjamín Netanyahu, e os palestinos.
Em 7 de dezembro passado, os Estados Unidos reconheceram o fracasso de seus esforços para convencer Israel a decretar uma nova moratória sobre a colonização, condição imposta pelos palestinos para retomar as negociações de paz.
As negociações entre israelenses e palestinos foram retomadas em 2 de setembro de 2010, em Washington, mas caíram no dia 26 de setembro, quando terminou a moratória israelense sobre a colonização na Cisjordânia.
Em março de 2010, em plena visita do vice-presidente americano, Joe Biden, a Israel, o ministro israelense do Interior anunciou um projeto de construção de 1.600 residências no leste de Jerusalém.
O anúncio deflagrou uma grave crise nas relações entre Washington e o governo israelense. Biden criticou a decisão que "minava a confiança necessária" para promover o diálogo entre israelenses e palestinos.