Agência France-Presse
postado em 07/04/2011 20:55
WASHINGTON - Washington temia nesta quinta-feira (7/4) a ameaça de uma paralisia da administração a partir de sábado diante da falta de acordo sobre o orçamento entre os republicanos da Câmara dos Representantes e a bancada democrata do presidente Barack Obama.Nesta quinta-feira ao meio-dia, Obama e o vice-presidente Joe Biden receberam o titular republicano da Câmara, John Boehner, e o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, para tentar alcançar um acordo sobre a lei de orçamento para cobrir o restante do exercício de 2011, que termina em 30 de setembro.
As reuniões na Casa Branca se sucedem sem, no entanto, obter sucesso desde quarta-feira. "Não há acordos sobre as cifras, não há acordos sobre as questões políticas", disse Boehner aos jornalistas ao sair da reunião de 90 minutos.
Por sua vez, Reid advertiu sobre as consequências de uma paralisia governamental caso não se chegue a um acordo. Além disso, informou que retornará à Casa Branca às 19h00 locais (20h00 de Brasília) para manter novas negociações com Obama, Biden e Boehner.
Sem um acordo entre ambos os partidos e sem a aprovação do Congresso antes de sexta-feira à meia-noite, os serviços não essenciais da administração deverão fechar - o que terá graves consequências sobre uma economia que ainda está se recuperando de sua pior crise desde os anos 1930 - e em torno de 800.000 funcionários federais terão seus salários suspensos.
Reid já manifestou seu pessimismo nesta quinta-feira de manhã, e disse que o país parece dirigir-se para esse cenário. "Não podemos resolver em uma noite desacordos que existem há quatro décadas", disse Reid, criticando a insistência dos republicanos para incluir na lei de finanças medidas "ideológicas" contra o aborto ou para limitar a lei ambiental.
Estas medidas são de uso normal no Congresso, respondeu John Boehner. Reid disse também que os republicanos serão responsáveis caso "este governo paralisar". Mas os republicanos se defenderam, afirmando que seu objetivo não é fechar os serviços administrativos, mas reduzir gastos.
Paralelamente, a Câmara baixa, controlada pelos republicanos, adotou nesta quinta-feira uma lei de finanças provisória de uma semana para impedir o bloqueio da administração, apesar de uma ameaça de veto de Obama, que quer uma lei que cubra todo o restante do exercício de 2011.
O texto tem poucas chances de ser aprovado no Senado, onde os democratas contam com maioria após as eleições de novembro de 2010.