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Rebeldes pedem melhoria nas comunicações e não desculpas

Agência France-Presse
postado em 08/04/2011 14:35
Bengasi - Os rebeldes líbios não exigem desculpas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelo ataque de quinta-feira contra suas forças, mas querem melhorar as comunicações entre as duas partes, afirmou nesta sexta-feira (8/4) um porta-voz rebelde.

"Nós nunca pedimos à Otan que pedisse desculpas, e sim simplesmente explicações. Não colocamos em dúvida a boa fé da Otan", declarou à AFP Shamsedin Abdelmollah, um porta-voz do Conselho Nacional de Transição (CNT), o organismo que agrupa os rebeldes líbios. "Parece que houve um corte nas comunicações, talvez devio às condições na zona, que fez que a oposição de nossos tanques não estivesse clara para a Otan", acrescentou Abdelmolá, pedindo uma melhor comunicação com a Aliança Atlântica.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, lamentou nesta sexta-feira a perda de vidas em um ataque aéreo na quinta-feira contra rebeldes líbios que deixou pelo menos quatro mortos no leste do país. "É um incidente muito infeliz. Lamento profundamente a perda de vidas", assegurou Rasmussen, referindo-se ao bombardeio de quinta-feira, perto Brega, que resultou com dois rebeldes e dois médicos mortos e seis desaparecidos, segundo cifras fornecidas pelos combati entes.

Rasmussen fez estas declarações horas depois que o subcomandante das operações da Otan na Líbia, o contra-almirante Russell Harding, afirmou que a Otan não pretendia se desculpar pelo ataque aéreo contra tanques rebeldes, afirmando não saber que os combatentes que tentam derrubar o ditador Muamar Kadhafi dispunham deste tipo de veículo. "Não vamos pedir desculpas", indicou em Bruxelas.

"A situação é extremamente volátil no terreno. Até ontem (quinta-feira), não tínhamos nenhuma informação de que o Conselho Nacional de Transição ou as forças opositoras utilizavam tanques", disse Harding.

Segundo o chefe militar dos insurgentes, general Abdelfatah Yunes, o ataque aéreo da Otan que aconteceu perto de Brega, no leste da Líbia, deixou quatro mortos - dois rebeldes e dois médicos -, 14 feridos e seis desaparecidos.

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