Agência France-Presse
postado em 09/04/2011 09:06
BRASÍLIA, 8 abril 2011 (AFP) - Familiares das vítimas do voo Rio-Paris que caiu no mar com 228 pessoas em junho disseram ter recebido uma resposta positiva do governo brasileiro a seu pedido para que ajude no resgate dos corpos, diante da desconfiança em relação à condução francesa da investigação."O ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu que o Estado brasileiro estará presente. Ele entrará em contato com o Ministério das Relações Exteriores, que fará contato com o governo francês", disse nesta sexta-feira à AFP o presidente da associação de familiares das 58 vítimas brasileiras do voo da Air France, Nelson Faria Marinho.
Os familiares dizem não ter confiança no órgão francês encarregado, o Escritório de Investigações e Análises da aviação civil, BEA: "Vimos que saíam muitas informações contraditórias, e nós não éramos informados, então perdemos a confiança".
Marinho, que perdeu seu filho de 40 anos no acidente, reuniu-se nesta sexta-feira, em Brasília, com o ministro da Defesa e um assessor da presidente Dilma Rousseff. "O governo foi muito receptivo, querem nos ajudar, consideramos que é natural, já que 58 das vítimas eram brasileiras".
A BEA anunciou no domingo passado ter localizado os restos da aeronave a 3.900 metros de profundidade. As autoridades francesas prevêem iniciar dentro de um mês uma delicada operação para levar à superfície corpos das vítimas e os destroços encontrados.
Até agora, tinham sido resgatados apenas 50 corpos, entre eles não estava o filho de Marinho.
"O corpo dele está lá, espero que agora recuperemos", disse, com esperança, o presidente da associação, apesar de ter sido informado nesta sexta-feira pelas autoridades brasileiras que os corpos serão enviados primeiro para a França, e depois entregues às famílias em seus respectivos países.