Agência France-Presse
postado em 09/04/2011 21:34
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou, neste sábado, a lei provisória de financiamento que impede a paralisação do governo federal, depois de um entendimento entre democratas e republicanos no Congresso.Os líderes partidários conseguiram fechar um acordo na noite de sexta-feira, depois de uma intensa negociação política, incluindo o corte de 38,5 bilhões de dólares em gastos para o ano fiscal que termina no dia 1; de outubro de 2011. A decisão foi tomada apenas uma hora antes de o governo Obama ficar sem dinheiro para o funcionamento da administração federal.
O presidente disse que o compromisso exigiu de cada um, inclusive dele próprio, concessões em temas considerados de importância por ambas as partes.
"Alguns dos cortes que fizemos serão dolorosos, as pessoas que trabalham nestes programas confiam em poder reduzi-los; alguns projetos necessários de infraestrutura serão adiados", estimou Obama.
Mas, ponderou, "começar a viver com nossos recursos é a única maneira de proteger esses investimentos, que ajudarão os Estados Unidos a competir por novos empregos, investir na educação de nossas crianças e em empréstimos para estudantes; em energias limpas e na pesquisa médica para salvar vidas".
O acordo também removeu o que os democratas consideravam o maior obstáculo: a medida apresentada pelos republicanos que cortava a verba federal para clínicas de planejamento familiar que praticam aborto.
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, havia adiantado que o principal obstáculo era o financiamento das clínicas de aborto: "no que se refere às questões orçamentárias, tudo está resolvido, o aborto é a única questão não acertada...".
"As discussões nada têm a ver com cifras. Isso tudo diz respeito à saúde das mulheres, é uma batalha ideológica".
As duas partes também acertaram trabalhar em conjunto sobre um orçamento "ponte" que manterá o funcionamento do governo até a redação do acordo definitivo.
Por falta de uma lei orçamentária para o ano fiscal de 2011, os serviços não essenciais da administração federal corriam o risco de paralisação a partir da meia-noite local (01H00 Brasília) da última sexta-feira.