postado em 12/04/2011 08:31
Uma forte explosão em uma estação de metrô no centro de Minsk, capital de Belarus (Bielor-rússia), deixou pelo menos 11 pessoas mortas e cerca de 100 feridos, no fim da tarde de ontem (horário local). O governo da ex-república soviética trabalha com a hipótese de um atentado terrorista. O local do incidente fica a menos de 100m da sede da Presidência da República. O presidente bielorrusso, Alexandre Lukachenko, assumiu pessoalmente o controle da investigação, convocou uma reunião de emergência e chegou a fazer declarações de que o ataque pode ter sido planejado fora do país. A segurança foi reforçada em todas as fronteiras e nos depósitos de armas. A estação de metrô de Oktyabrskaya foi tomada pelo pânico quando o grave incidente ocorreu. A explosão aconteceu no momento em que dois trens cheios de passageiros chegavam. Segundo os investigadores, uma bomba foi posta em um dos vagões. Para conseguir sair do local, as pessoas lutavam contra um enorme coluna de fumaça negra e muitos tinham os rostos ensaguentados, segundo testemunhas. De acordo com Víctor Sirenko, chefe do Hospital de Emergência de Minsk, 35 vítimas estavam em estado grave e chegaram a ter partes do corpo amputadas.
Belarus não registrava um atentado dessa magnitude há quase três anos. Em julho de 2008, um artefato artesanal explodiu no centro de Minsk, durante um show para comemorar a independência da ex-república soviética, e deixou 50 feridos. Na época, opositores do regime, que foram obrigados a sair do país pelo governo de Lukachenko, foram apontados como culpados. ;Eu não descarto a possibilidade de que esse tenha sido um ;presente; do exterior. Precisamos descobrir quem ganha quando a paz e a estabilidade do país são destruídas;, declarou o presidente em um comunicado.
Apesar de nenhuma informação concreta sobre a autoria do ataque ter sido divulgada até o momento pelas autoridades, o presidente organizou uma investigação para localizar responsáveis pelo atentado. ;Nos lançaram um desafio muito sério. Devemos dar uma resposta adequada. Quem são eles? Peço a resposta dessa pergunta o mais rápido possível;, declarou Lukachenko. Belarus aceitou a ajuda oferecida pelo presidente russo, Dmitri Medvedev, que também aumentou a segurança em suas fronteiras.
O país é comandado com mão de ferro por Lukachenko há 16 anos, e vive sob um sério clima de tensão política. Aproximadamente 600 opositores foram presos em dezembro do ano passado, depois de um protesto contra a reeleição do presidente, declarado vencedor com pouco mais de 80% dos votos. Vinte e dois opositores ainda estão em detenção provisória e cinco fugiram para o exterior. Entre eles, está um dos candidatos nas últimas eleições presidenciais, Ales Mikhalevitch, que obteve asilo político na República Tcheca.