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Ouattara assume com a missão de trazer a paz a uma nação dividida

Renata Tranches
postado em 13/04/2011 08:00
Um dia após a prisão de seu rival Laurent Gbagbo, Alassane Ouattara assumiu ontem o comando da Costa do Marfim com a grande missão de restabelecer a paz, a normalidade e a segurança em uma nação ainda dividida, após quatro meses de caos político. Uma tarefa que parecia distante diante das informações de que os combates prosseguiam em Abidjan, a principal cidade do país. Imagens do momento da captura do líder deposto comoveram a população ; inclusive os partidários de Ouattara ; e deixaram em muitos cidadãos um sentimento de indignação e de desconfiança em relação ao novo presidente.

A crise política na Costa do Marfim teve início após as eleições presidenciais de novembro passado. Gbagbo se recusava a reconhecer a derrota. Finalmente no comando do país africano, Ouattara pediu paz. Ontem, ele recebeu um telefonema de felicitação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por sua vez, instou Ouattara a formar um governo de unidade nacional para ajudar a superar as divisões. O governo francês anunciou uma ajuda financeira de 400 milhões de euros.

Em um sinal de aproximação, chefes do Exército que lutaram a favor do presidente deposto juraram lealdade a Ouattara. Entretanto, a notícia da morte do ex-ministro do Interior e aliado de Gbagbo, Désiré Tagro, agravou a tensão no cenário político. Tagro foi preso na mesma operação que culminou com a captura de Gbagbo, na segunda-feira. As circunstâncias de sua morte não foram esclarecidas. As primeiras informações davam conta de que ele foi ferido na chegada ao Hotel Golf, onde o ex-líder marfinense está preso, e transferido para uma clínica em seguida, onde teria morrido na manhã de ontem.

Gbagbo foi detido em sua residência, numa ofensiva liderada pelas Forças Republicanas, ligadas ao novo presidente. Capturado, o ex-presidente, 65 anos, recebeu um tapa no rosto, desferido por um soldado pró-Ouattara. Em sua primeira declaração, pediu que a ;luta pare;. As imagens do ex-presidente e de sua mulher, Simone, humilhados rodaram o mundo e tiveram grande impacto na Costa do Marfim.

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