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Funcionários iniciam bombeamento de água radioativa em Fukushima

Agência France-Presse
postado em 13/04/2011 07:42
Tóquio - Apesar dos tremores secundários, os funcionários da central nuclear de Fukushima começaram a bombear a água altamente radioativa infiltrada nas instalações, uma tarefa indispensável para retomar os trabalhos de recuperação dos sistemas de resfriamento. A grave crise nuclear e o desastre provocado pelo terremoto e tsunami de 11 de março afetam a economia japonesa, cujas perspectivas foram revisadas para baixo nesta quarta-feira pelo governo.

O líquido altamente radioativo deve ser transferido a um condensador que, em condições normais de operação, transforma em água o vapor produzido no reator.

O bombeamento deve durar de quatro a cinco dias. A tarefa, muito difícil, se torna ainda mais complicada com os tremores secundários que abalam o nordeste do Japão.

Quase 60.000 toneladas de água inundaram os depósitos, encanamentos e as salas de máquinas de três dos seis reatores da central. "Fazemos todo o possível para encontrar um meio de nos livrarmos desta grande quantidade de água contaminada por substâncias radioativas, e para limitar as radiações", declarou o presidente da Tepco, Masataka Shimizu, em uma entrevista coletiva.

Os técnicos também retiraram mostras de água da piscina de desativação de combustível do reator 4. "Para retirar uma mostra, fixaram um recipiente no extremo do braço articulado de uma bomba de cimento", explicou uma fonte da empresa.

A operação tem por objetivo conhecer o estado das 1.331 barras de combustível que se encontram na piscina e possibilitar a análise dos meios necessários para extraí-las do local.

Há um mês os técnicos tentam restabelecer a energia elétrica e reparar os circuitos de resfriamento dos quatro reatores danificado pela tsunami del 11 de março. Nos últimos dias foram registrados três fortes tremores secundários na região, o que interrompeu os trabalhos na central por diversos momentos. As 400 réplicas podem produzir danos adicionais nos edifícios da central já abalados.

As autoridades japonesas elevaram na terça-feira o nível de gravidade do acidente, que passou de 5 a 7, o maior na escala internacional de acontecimentos nucleares (INES), que corresponde ao da catástrofe de Chernobyl em 1986.

Mas o governo japonês explicou que as emissões radioativas de Fukushima Daiichi representam atulmente apenas 10% das produzidas pelo reator de Chernobyl.

O terremoto de 9 grau e a gigantesco tsunami de 11 de março no noroeste do Japão deixaram mais de 28.000 mortos e desaparecidos, além de danos colossais.

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