Agência France-Presse
postado em 14/04/2011 18:42
NOVA YORK - As Nações Unidas informaram nesta quinta-feira que 34 pessoas morreram num campo de refugiados de opositores iranianos em Ashraf (Iraque), vítimas de um ataque, no dia 8 de abril, das forças militares iraquianas, informou o porta-voz da ONU, Farhan Haq.Os militares iraquianos teriam tomado de assalto o campo dos Mujahedines do Povo iranianos, que se localiza em Diyala, uma província situada no norte de Bagdá.
A 80 km da fronteira iraniana, o campo, construído nos anos 80 para acolher pessoas opostas ao regime iraniano, foi cedido por Saddam Hussein aos mujahedines para que combatessem Teerã, ao lado dele. "Vamos abrir uma sindicância porque, segundo nossas forças de segurança, a matança foi feita pelos próprios guardas mujahedines, contra os que queriam fugir. Eles cometeram atos idênticos no passado", destacou em Bagdá o porta-voz do governo iraquiano, Ali Dabbagh.
A maior parte das vítimas, entre elas mulheres, foram mortas a tiros. Segundo o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos em Genebra, Rupert Colville, há também "dezenas" de feridos, mas acrescentou não dispor, por enquanto de mais detalhes. No total, residem no campo 3.500 pessoas. Desde que foi desarmado, os moradores passaram a ser protegidos pela Convenção de Genebra e são guardados por militares americanos, embora Washington considere os Mujahedines como uma organização terrorista.
O grupo rebelde informou que as forças de segurança iraquianas cercavam o campo e nevagam o acesso a jornalistas e a organizações humanitárias que foram levar assistência aos feridos.
Organização islâmica de esquerda, o movimento dos Mudjahedines do Povo foi criado em 1965 para fazer oposição ao Xá do Irã. Combateu, em seguida, o regime que tomou o poder em Teerã, em 1979.