postado em 16/04/2011 14:05
Representantes dos cerca de 254 mil brasileiros que vivem no Japão querem que o governo brasileiro negocie a criação de escolas bilíngues no país (em japonês e em português), acelere a tramitação do Acordo da Previdência, que aguarda aprovação nos parlamentos dos dois países, e busque meios para permitir que eles atuem como autônomos nas cidades japonesas. Os brasileiros querem mais apoio do governo.A comunidade brasileira fez os pedidos hoje (16) ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que está em Tóquio. Na reunião com o chanceler, os brasileiros afirmaram que muitos dos que estavam no Japão se veem obrigados a retornar ao Brasil por causa da crise que o país enfrenta atualmentepassa. Um dos principais motivos de preocupação dos brasileiros é com a Previdência Social.
Pelo acordo negociado no ano passado, todos os residentes no Japão, japoneses ou estrangeiros que estiverem inscritos nos sistemas sistemas de Seguro e Previdência do país, contribuindo regularmente, terão direito a receber a pensão básica, no futuro, se permanecerem no Japão.
O texto estabelece que a contribuição deve ser paga até o contribuinte completar 65 anos de idade. No caso de doença ou acidente que o deixe inválido pelo resto da vida, o contribuinte tem direito de receber a pensão básica enquanto estiver no Japão.
[SAIBAMAIS]O assunto foi tema também da reunião de Patriota com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Takeaki Matsumoto. No encontro, o chanceler lembrou a Matsumoto que os brasileiros representam o terceiro maior grupo estrangeiro no Japao ; atrás apenas dos chineses e coreanos.
Patriota foi ao Japão para levar a mensagem de solidariedade da presidenta Dilma Rousseff ao povo e ao governo japoneses devido à tragédia ocorrida em março no país, provocada pelo terremoto seguido por tsunami. Tanto com o chanceler japonês quanto com os brasileiros, ele se disse orgulhoso ;pela maneira desprendida e solidária; com que a comunidade do Brasil ajudou nesta tragédia.
Não há registro de brasileiros entre as vítimas, mas pelo menos 777 viviam nas áreas consideradas de risco. O último levantamento, divulgado pela Agência Nacional de Polícia do Japão, informou que a tragédia provocou 13.456 mortos e 14.867 desaparecidos. Segundo a agência, aproximadamente 139 mil pessoas ainda estão em abrigos provisórios nas regiões de Miyagi, Iwate e Fukushima.
Na conversa com Matsumoto, Patriota relembrou a história das relações entre os dois países, estabelecidas em 1895 e que se tornaram mais intensas em 1908, com o início da imigração japonesa no Brasil. Nas cidades brasileiras está a maior comunidade japonesa no exterior, com cerca de 1,5 milhão de pessoas. A maior parte dos imigrantes chegou ao Brasil depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).