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'Funerais nacionais' para militante italiano assassinado em Gaza

Agência France-Presse
postado em 17/04/2011 21:14

GAZA - O militante pacifista e pró-palestino italiano Vittorio Arrigoni, sequestrado e assassinado por um grupo salafista em Gaza, será honrado com "funerais nacionais", anunciou neste domingo o movimento Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

O ministro das Relações Exteriores do Hamas, Mohammad Awad, declarou à imprensa que o corpo de Arrigoni será transferido ao Egito na segunda-feira pelo ponto de passagem fronteiriço de Rafah, após os funerais. "Esperamos a chegada a Gaza de seus amigos e pessoas próximas. Alguns já estão aqui, mas esperamos outros, e depois haverá funerais nacionais", disse. "Seu corpo será levado posteriormente para a passagem de Rafah e para o Cairo, como deseja sua família", indicou Awad.

Entrevistada pelo site israelense de notícias Ynet, a mãe da vítima, Egidia Beretta, disse que tinha a intenção de visitar o enclave palestino para ver onde seu filho "viveu e morreu". "Vittorio falava muito de Gaza e agora se foi. Tenho a intenção de visitar um dia a Faixa de Gaza. Quero ver onde meu filho viveu e morreu, ver aquilo de que falava e a razão de ter sacrificado sua vida", acrescentou Egidia Beretta, prefeita da pequena cidade de Buciago, perto de Milão.

O militante do movimento pacifista pró-palestino International Solidarity Mouvement (ISM, Movimento de Solidaridade Internacional), de 36 anos, foi encontrado enforcado em uma casa a noroeste da cidade de Gaza várias horas após ter sido sequestrado por um grupo salafista.

Arrigoni trabalhou e viveu em Gaza por quase três anos. Quatro pessoas foram detidas em torno deste caso pelas forças de segurança do Hamas, segundo Awad, que informou que "ainda há pessoas vinculadas à operação na Faixa de Gaza".

Awad garantiu que todas estas pessoas serão detidas em breve e que as forças de segurança colocaram barricadas para impedir que saiam do país.

O Hamas prometeu "perseguir" e julgar os autores deste "crime atroz", inédito no território palestino autônomo e que provocou uma forte indignação tanto na Faixa de Gaza quanto na Itália. Este é o primeiro assassinato de um estrangeiro em Gaza desde que o Hamas tomou o poder no território, em junho de 2007.

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