Os opositores ao governo do presidente da Síria, Bachar Al Assad, preparam para esta terça-feira(19/4) uma manifestação com mais de 20 mil pessoas, em Homs, no Centro do país. O objetivo é aumentar a pressão para que Assad renuncie. A família do presidente controla o poder na Síria há quatro décadas e há denúncias de autoritarismo, limitação à liberdade de expressão e de imprensa.
;Mais de 20 mil pessoas estão reunidas na Praça Al Saa, que rebatizamos Al Tahrir, inspirados na do Cairo;, afirmou Najati Tayyara, um dos organizadores do protesto de hoje, referindo-se à praça da capital egípcia, que se tornou referência de contestação, durante uma série de protestos que levou à renúncia do então presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro.
Nesta segunda-feira (18/4) o Ministério do Interior da Síria emitiu um comunicado informando que ;uma rebelião armada;;estava sendo organizada. ;Em Homs, no Sul, e em Banias, no Noroeste ; onde soldados, policiais e civis foram mortos e as propriedades públicas e privadas destruídas ; [há indícios que] mostram que se trata de uma rebelião armada de grupos;, diz o comunicado.;;O governo da Síria não tolerará atividades terroristas desses grupos armados que atentam contra a segurança dos cidadãos e os aterrorizam. Vamos impor com firmeza a segurança e a estabilidade em todo o país, perseguindo os terroristas onde quer que se encontrem, para os trazer perante a Justiça e acabar com qualquer forma de rebelião armada;, acrescenta o documento.
Os manifestantes chegaram à praça em Homs de madrugada. Desde as primeiras horas do dia, é possível ouvir manifestantes que pedem o fim do regime de Assad e a liberdade. ;É uma concentração aberta que durará [o tempo que for necessário] até que as nossas reivindicações sejam atendidas;, disse Tayyara.
Segundo um dos organizadores do protesto, os manifestantes reivindicam também a libertação dos presos políticos no país. A oposição considerou insuficiente a promessa do presidente Assad de anular nos próximos dias a lei do Estado de emergência, em vigor há cinco décadas, e pediu o pluripartidarismo e a libertação dos presos políticos.
Os manifestantes levaram barracas e comidas para a praça, indicando que não têm data para deixar o local. Mais cedo, houve o enterro de sete pessoas mortas em Homs, na véspera, durante protestos.