postado em 21/04/2011 08:28
Um grupo nigeriano de defesa dos direitos civis, o Civil Rights Congress, calculou ontem em pelo menos 200 o número de mortes provocadas pelos confrontos registrados assim que os resultados da eleição presidencial foram divulgados. Quando a reeleição do atual presidente, Goodluck Jonathan, foi anunciada, na segunda-feira, adeptos do político e de seu rival no pleito, general Muhammadu Buhari, começaram a brigar. Logo, os distúrbios haviam se espalhado pelo país.
Segundo Shehu Sani, diretor da organização, os números foram estabelecidos com base em dados obtidos por membros da organização e associados nas diversas províncias do país. Sani acrescentou que, além das mortes e dos %u201Ccentenas de feridos%u201D, cerca de mil pessoas foram detidas apenas na cidade de Kaduna, onde entrou em vigor um toque de recolher de 24 horas. As autoridades nigerianas reconheceram que os episódios de violência tinham deixado mortos, mas recusaram-se a divulgar os dados efetivos %u201Cpara não estimular represálias entre as comunidades muçulmana e cristã%u201D.
Muitos corpos teriam sido queimados ou atirados em rios, o que também dificulta a elaboração de um registro mais próximo da realidade. Segundo a Cruz Vermelha, cerca de 40 mil pessoas foram obrigadas a deixar as próprias casas e se refugiar em edifícios da polícia e do Exército, para fugir da violência.
Segundo os responsáveis pelas eleições, o general Buhari, um muçulmano do norte, teve apenas 31% dos votos. Goodluck Jonathan, um cristão do sul, região mais rica %u2014 por concentrar mais jazidas de petróleo %u2014, venceu com 57%. Buhari, 69 anos, ex-chefe da Junta Militar nos anos 1980, contestou a vitória de Jonathan, alegando fraudes. Garantiu, porém, que respeitará os meios legais %u2014 uma queixa foi apresentada à Comissão Eleitoral %u2014 e pediu o fim da violência. De acordo com observadores, contudo, a eleição parece ter sido mais honesta e transparente que as anteriores na Nigéria. Na terça-feira, os Estados Unidos parabenizaram Jonathan por sua vitória e pediram que os resultados sejam respeitados.