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Rebeldes líbios conquistam posto na fronteira com a Tunísia

Agência France-Presse
postado em 21/04/2011 12:37
FRONTEIRA ENTRE A LÍBIA E A TUNÍSIA - Os rebeldes ganharam terreno a oeste da Líbia na manhã desta quinta-feira (21/4), tomando um dos postos na fronteira com a Tunísia, até agora sob o domínio das forças leais a Muamar Kadhafi.

A tomada do posto é considerado um avanço para os rebeldes nesta região da Líbia, num momento, em que as forças contrárias ao governo controlam grande parte do leste, enquanto Khadafi domina a capital Trípoli e boa parte do oeste do país.

Os insurgentes já controlam os prédios do posto perto de Wazzam, na estrada que liga as cidades líbia de Nalut e tunisiana de Dehiba, segundo um correspondente da AFP.

O repórter viu como 102 soldados pró-Kadhafi, entre eles alguns oficiais, cruzaram em fuga a fronteira até a Tunísia, onde foram interrogados um por um por militares tunisianos.

Os rebeldes hastearam numerosas bandeiras da monarquia, ao mesmo tempo em que um trator destruía um enorme retrato do coronel Kadhafi que marcava a entrada para a Líbia, através dessa fronteira.

Segundo o subchefe da operação rebelde, Yussef, "entre 5 e 10 soldados" leais a Kadhafi morreram e 25 ficaram feridos. Do lado rebelde, houve "um ferido leve".

No posto na fronteira, esburacado pelas balas, podia-se ver, pouco antes do meio-dia 30 caminhonetes. Depois de se abastecerem de água, a maioria dos rebeldes se dirigia a uma região montanhosa, Ghazaya, para um confronto com as tropas de Kadhafi.

Há vários dias, os combates sacodem o oeste do país. Mais de 100 pessoas morreram no final de semana passado em Nalut e Yefren, duas cidades a sudoeste de Trípoli dominadas pelas forças pró-regime, segundo moradores desta região.

Na noite de quarta-feira, a Otan realizou novos bombardeios na região de Jelat al Ferjan, no sudoeste de Trípoli. Sete civis morreram e outros 18 ficaram feridos, segundo a agência oficial líbia Jana.

No entanto, um funcionário da Aliança Atlântica, que preferiu não ter o nome divulgado, anunciou que a Otan não tem "nenhuma prova" de que tenha matado civis no bombardeio da noite de quarta-feira.

"Foi atacada a zona de Jelat Al Ferjan", afirmou o oficial, explicando que "o alvo era um bunker de comando e controle, ligado a um complexo militar. Não há nenhum indício de vítimas civis", frisou.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pediu na quarta-feira aos civis da Líbia que se afastem das forças leais ao regime de Muamar Kadhafi para dar andamento a seus bombardeios aéreos.

Os especialistas e pilotos da Otan "esforçam-se para assegurar que façamos todo o possível para reduzir o risco para os civis quando atacamos alvos, mas o risco não pode ser reduzido a zero", declarou o general Charles Bouchard, comandante da operação "Protetor Unificado", em um comunicado.

O fotógrafo e documentarista Tim Hetherington, de 41 anos, que trabalhava para a revista americana Vanity Fair, assim como Chris Hondros, da mesma idade, fotógrafo americano da agência Getty Images, morreram vítimas de tiros de morteiro na quarta-feira em Misrata.

Outros dois jornalistas ficaram feridos, constatou um repórter da AFP no hospital da cidade líbia.

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