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Japão implanta zona de exclusão ao redor da usina de Fukushima

postado em 21/04/2011 15:48
Tóquio - O Japão implantou nesta quinta-feira (21/4) uma zona de exclusão de 20 km em torno de sua usina nuclear danificada de Fukushima, para evitar o retorno de pessoas resgatas, devido ao alto risco para a saúde.

A proibição, que entrará em vigor na noite de quinta para sexta-feira, deverá permitir um controle mais rígido da área, de onde foram retirados em torno de 80.000 moradores quando ocorreram os primeiros vazamentos radioativos.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou a medida durante uma visita à região de Fukushima (nordeste), seis semanas depois de um terremoto de 9 graus de magnitude, seguido de tsunami, provocar a morte e o desaparecimento de 28.000 pessoas.

"Pedimos aos moradores que não entrem na região porque existe um risco enorme para sua segurança", afirmou Yukio Edano, porta-voz governamental, em coletiva de imprensa.

"Hoje decidimos classificá-la como ;zona em estado de emergência; em virtude da lei sobre catástrofes", declarou. Durante a inspeção de vários milhares de moradias, a polícia descobriu que mais de 60 famílias continuavam morando em suas casas.

O descumprimento dessa medida pode levar a multas de até 100.000 ienes (1,2 mil dólares).

Cada família refugiada fora desse perímetro terá, nas próximas semanas, o direito de enviar um de seus membros durante duas horas para recuperar bens abandonados em seu antigo domicílio. Este deverá vestir roupas de proteção e levar um medidor de radioatividade.

"Recomendamos que peguem poucas coisas", destacou Edano, completando que as famílias cujas casas estão localizadas em um raio de 3 km da central não poderão voltar a suas casas para recolher seus pertences.

Mais de um mês depois do terremoto, continua a frustração dos moradores que perderam tudo no acidente nuclear de nível 7, o máximo na escala internacional de acontecimentos nucleares (INES).

"É totalmente inaceitável que o governo imponha uma zona de proibição. Mesmo podendo ir momentaneamente, em uma hora ou duas não poderemos fazer nada. O teto da minha casa desapareceu e com certeza não poderei consertá-lo", lamentou diante das câmeras da NHK um homem retirado de Narahamachi, perto da central.

O grupo Tokyo Electric Power (TEPCO), que opera a usina, estima que serão necessários três meses para começar a reduzir a radioatividade e entre seis e nove meses para esfriar os reatores.

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