Agência France-Presse
postado em 27/04/2011 17:51
Cairo - Os irmãos rivais do movimento palestino, o Fatah do presidente Mahmud Abbas, e o Hamas, no poder em Gaza, chegaram a um surpreendente acordo nesta quarta-feira (27/4) no Cairo para a formação de um governo transitório tendo em vista a realização de eleições presidenciais e legislativas em um ano.Essa reaproximação foi criticada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Ele reafirmou que o presidente Abbas deve "escolher entre a paz com Israel e a paz com o Hamas", enquanto a Autoridade Palestina pediu a ele que "escolha entre a paz e a colonização".
A Casa Branca afirmou que qualquer futuro governo palestino deve renunciar à violência e reconhecer a existência de Israel.
O Hamas, considerado uma organização "terrorista" pelos Estados Unidos, pela UE e por Israel, recusa-se a reconhecer o Estado hebreu.
O anúncio foi recebido com satisfação e até com alegria pelos jovens palestinos em Gaza e em Ramallah, segundo as primeiras reações registradas pela AFP.
As delegações palestinas, que se reuniram com o chefe dos serviços de inteligência egípcios, general Murad Muafi, chegaram a um "acordo completo em relação às negociações sobre todos os pontos, incluindo a formação de um governo de transição e a escolha de uma data para as eleições", segundo a agência oficial egípcia Mena.
O Egito vai agora pedir uma reunião de todas as facções palestinas para assinar um acordo de reconciliação no Cairo nos próximos dias, acrescentou a agência.
O chefe da delegação do Fatah, Azzam al-Ahmad, confirmou à AFP um acordo entre os dois movimentos para a formação de um "governo de independentes".
"Esse governo deverá preparar eleições presidenciais e legislativas em um ano", indicou.
O chefe da delegação do Hamas, alto dirigente e ideólogo do movimento em Gaza, Mahmud Zahar, confirmou que as duas partes haviam chegado a um acordo para formar um governo de transição reunindo "personalidades independentes".
As facções palestinas serão convocadas no final da próxima semana para assinar no Cairo este acordo que prevê, principalmente, a libertação dos "presos políticos", explicou Zahar à rede de televisão via satélite Al-Jazeera.