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Kadhafi repete que não renunciará e insurgentes rejeitam negociação

Agência France-Presse
postado em 30/04/2011 10:54
O ditador líbio Muamar Kadhafi reiterou neste sábado que não vai renunciar ao poder, ao mesmo tempo que convidou França e Estados Unidos a negociar com ele uma solução para a crise na Líbia, uma ideia que foi rejeitada de maneira taxativa pelos opositores.

A Otan, que executa bombardeios no país, "deve abandonar qualquer esperança de uma saída de Muamar Kadhafi", disse Kadhafi em um discurso exibido pela televisão estatal. "Não tenho função oficial para renunciar a ela. Não abandonarei meu país, e combaterei até a morte", declarou Kadhafi no pronunciamento, durante uma cerimônia por ocasião do centenário de uma batalha contra as forças de ocupação italianas. "Eu sou sagrado para o povo líbio, eu sou um símbolo e um pai para eles", insistiu. "Estamos dispostos a negociar com França e Estados Unidos, mas sem condições", completou o ditador.

O dirigente líbio afirmou ainda que os rebeldes que lutan contra suas forças "são terroristas que não vêm da Líbia, e sim da Argélia, Egito, Tunísia e Afeganistão". "Enfrentaremos eles, crianças, mulheres e idosos, mas sem armas", completou.

Para o Conselho Nacional de Transição (CNT), principal órgão político dos rebeldes líbios, o pedido de negociações feito por Kadhafi nem deve ser levado em consideração. "O tempo para compromissos já passou", declarou Abdul Hafiz Ghoga, vice do CNT, órgão que virou um governo paralelo com sede na cidade rebelde de Benghazi, na região leste do país. "O povo da Líbia não pode imaginar ou aceitar uma futura Líbia na qual o regime de Kadhafi tenha qualquer papel", acrescentou.

Em resposta às acusações de Kadhafi de que os insurgentes são terroristas ed outros países, o CNT afirmou que o regime líbio está usando mercenários para combater os insurgentes. "O regime de Kadhafi pedeu toda a credibilidade. Tem oferecido de maneira repetida um cessar-fogo apenas para continuar violando os direitos humanos básicos", concluiu Ghoga.

A Otan também rejeitou o pedido de Kadhafi por um cessar-fogo e de negociações. "Não precisamos de palavras, e sim de ações", declarou uma fonte da Aliança Atlântica. "A resolução (do Conselho de Segurança da ONU) 1973 pede explicitamente o fim dos ataques e abusos contra os civis. O regime anunciou várias vezes o cessar-fogo e continua atacando cidades e civis", completou.

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