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Osama bin Laden, um milionário que trocou o luxo pela Jihad

Agência France-Presse
postado em 02/05/2011 05:04
O milionário de origem saudita Osama bin Laden viveu cercado de luxo, mas seu ódio desmedido pelos Estados Unidos o levou a se transformar no homem mais procurado do planeta. Após os atentados do 11/9, sua imagem alta, magra e serena deu a volta ao mundo. Aos 45 anos na ocasião, o filho de um magnata saudita da indústria da construção ligado à família real árabe não titubeou em utilizar a própria fortuna para financiar a Jihad (guerra santa) contra os americanos ou, antes disso, contra os soviéticos - e, nesse caso, contou com o apoio dos próprios serviços secretos norte-americanos.

Acredita-se que ele tinha pelo menos três mulheres e 20 filhos, mas seu compromisso com a Jihad contra os infiéis lhe afastou do estilo de vida de outros milionários sauditas. Osama era filho de Mohammad bin Laden, nascido no Iêmen, um devoto que recebia peregrinos e importantes ulemás (sábios da religião muçulmana) em sua casa, o que impressionou o jovem Osama.

Estudou engenharia na prestigiosa universidade King Abdul Aziz de Jidá. Desde 1973 entra em contato com grupos islamitas. Assiste de longe à derrocada do xá do Irã em 1979, o acordo de paz entre Egito e Israel e a invasão do Afeganistão pelo Exército Vermelho.

Após a invasão soviética, ele viaja ao Paquistão, onde conhece líderes da resistência, dentre os quais o futuro presidente afegão Burhanuddin Rabbani, a quem ofereceu seu apoio.

Logo ganhou uma reputação de combatente valoroso, e se uniu aos dirigentes mais fundamentalistas, como Ayman al Zawahiri, que dirigia o grupo egípcio Al Jihad. Mais tarde, Zawahiri se tornaria seu braço direito no comando da Al Qaeda. Bin Laden lutou contra a invasão soviética ao Afeganistão com a ajuda da CIA. A criação da Al Qaeda data de 1988, ou seja, um ano antes da retirada do exército vermelho do Afeganistão.


Em 1989, retorna à Arábia Saudita. Dois anos depois, com a Guerra do Golfo, condenou energicamente a família real saudita por ter autorizado a mobilização de soldados americanos em território saudita, o que lhe tornou persona non grata na Arábia. Ele foi então para o Sudão, onde começou a treinar simpatizantes da Al-Qaeda ("A Base"). Em 1994, sua nacionalidade saudita é cassada.

Em 1996, pressionado pelos EUA e pela ONU, o Sudão pede que ele saia do país, e ele vai para o Afeganistão, pouco antes de os talibãs tomarem o poder em Cabul. Sua colaboração com o regime lhe permite ficar como "hóspede de honra", mas, por outro lado, foi sua presença nesse país uma das causas da queda dos talibãs no terceiro trimestre de 2001.

No Afeganistão, instalou dezenas de campos de treinamento terrorista, e planejou atentados mortíferos contra os Estados Unidos. O ataque mais espetacular que lhe é atribuído antes de 11 de setembro foi perpetrado contra as representações diplomáticas americanas no Quênia e na Tanzânia em 7 de agosto de 1998, que deixaram mais de 200 mortos e milhares de feridos.

Doze dias depois desses atentados, o então presidente americano Bill Clinton respondeu bombardeando campos de treinamento. Ele também é acusado de ter ordenado em outubro de 2000 um ataque contra o destróier americano "SS Cole" no porto de Áden, no Iêmen, que matou 17 marines.

Seu ódio aos americanos era declarado e costumava dizer que Estados Unidos eram uma "superpotência arrogante, que se achava a dono do mundo".

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