Mundo

Países expressam alegria e medo de represálias com a morte de Bin Laden

Agência France-Presse
postado em 02/05/2011 11:09
Hong Kong - A grande maioria dos países expressou nesta segunda-feira satisfação com a morte de Osama Bin Laden, ocorrida durante uma operação americana no Paquistão. No entanto, advertiram que o fato não representa o final da Al Qaeda nem do terrorismo e afirmaram não descartar represálias.

"A justiça foi feita", afirmou o presidente americano Barack Obama ao anunciar a morte do "terrorista responsável pelo assassinato de milhares de inocentes". O democrata, no entanto, pediu para que todos permaneçam "em alerta", porque "não há dúvidas" de que a Al Qaeda continua uma ameaça aos Estados Unidos.

O seu antecessor, George W. Bush, que anunciou após os atentados de 11 de setembro de 2011 que queria Bin Laden "vivo ou morto", afirmou que esta foi "uma vitória para os Estados Unidos, para os povos ávidos pela paz e para todos aqueles que perderam seus entes queridos em 11 de setembro de 2011".

A morte de Bin Laden também foi motivo de satisfação para a Espanha, que sofreu um duro ataque da Al-Qaeda em 2004, em atentados que deixaram 191 mortos e mais de 2.000 mil feridos em Madri. O governo espanhol considera que sua morte constituiu um "passo decisivo" na luta contra o terrorismo.

O primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, qualificou a operação como uma "grande vitória" contra o terrorismo. Embora o Paquistão seja um país aliado aos Estados Unidos, suspeita-se que membros de seu serviço de inteligência protejam a Al-Qaeda.

Seu vizinho, o presidente afegão Hamid Karzai, acredita que Bin Laden "pagou pelos seus atos" e que o fato de que estava no Paquistão demonstra, segundo ele, que a fonte do terrorismo não era procedente do Afeganistão.

Para o primeiro-ministro britânico, David Cameron, país por excelência aliado aos Estados Unidos na Europa, o anúncio constitui um "grande alívio para os povos do mundo".

Mas o Reino Unido, atacado em 2005 por sangrentos atentados vinculados à Al-Qaeda, alertou que a morte de Bin Laden "não significa o fim da ameaça do terrorismo extremista que enfrentamos".

A Interpol, organização policial de cooperação internacional, advertiu nesta segunda-feira para a possibilidade de "uma ameaça terrorista maior", após a morte de Bin Laden.

A França saudou a "tenacidade dos Estados Unidos" em um acontecimento importante "na luta mundial contra o terrorismo".

A chenceler alemã Angela Merkel considerou a notícia "uma vitória das forças de paz" e o chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, "um grande resultado na luta contra o mal". A União Europeia estima que a a morte de Bin Laden tornará o "mundo mais seguro".

A Rússia saudou este "importante êxito dos Estados Unidos". Também o fez a Turquia, país laico de maioria muçulmana.

Para o Vaticano, Bin Laden teve uma "gravíssima responsabilidade" na difusão "da divisão e do ódio entre os povos".

Israel, um dos mais fiéis aliados dos Estados Unidos, aplaudiu "esta vitória da justiça, da liberdade e dos valores comuns dos países democráticos de combaterem juntos o terrorismo", mas adverte que as redes vinculadas a Al Qaeda unirão "um máximo de esforços para tentarem cometer um enorme atentado".

Já o chefe de Governo do movimento extremista palestino Hamas, instalado na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, condenou "o assassinato de qualquer mujahedin (combatente islâmico) e de qualquer outro indivíduo, muçulmano ou árabe", e pediu a Deus "que lhe conceda a sua misericórdia".

O Iraque, por sua vez, afirmou estar "muito feliz" e o Iêmen espera que a morte do líder da Al-Qaeda seja "o começo do fim do terrorismo".

O Irã considera que a morte de Bin Laden tira dos Estados Unidos e seus aliados "qualquer desculpa para manter suas forças de segurança no Oriente Médio com o pretexto de lutar contra o terrorismo".

O Quênia, cenário em 1998 de um sangrento atentado contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, acredita que foi feita justiça.

A Índia aproveitou para lembrar que já afirmado que Bin Laden se escondia no Paquistão, país vizinho e inimigo.

Outros países, como Australia, Nova Zelândia, Japão e Canadá, felicitaram os Estados Unidos pela morte do fundador e líder da Al-Qaeda.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação