Agência France-Presse
postado em 02/05/2011 15:40
Washington - A rede Al-Qaeda sofreu um grande golpe com a morte de seu líder Oma Bin Laden no domingo, mas funcionários americanos e analistas internacionais afirmam que ainda assim a organização é capaz de executar um ataque devastador.[SAIBAMAIS]A advertência sobre o perigo latente foi feita pelo prórpio presidente americano, Barack Obama, na noite de domingo, durante o anúncio oficial da morte de Bin Laden, durante operação realizada pelos Estados Unidos, no Paquistão. "Não há dúvidas de que a Al-Qaeda continuará a tentar um ataque contra nós", afirmou.
Funcionários americanos reconheceram que a ameaça terrorista contra o país pode aumentar.
"Membros da Al-Qaeda e seus simpatizantes podem tentar responder com violência para vingar a morte de Bin Laden e outros líderes terroristas podem unir seus esforços para atacar os Estados Unidos", afirmou aos jornalistas um alto funcionário que pediu para não ter o nome divulgado.
A Al-Qaeda conseguiu realizar um novo ataque dentro dos Estados Unidos desde o 11 de setembro, o que, segundo os analistas, imprime maior urgência aos seus líderes.
Mas a rede terrorista também foi dizimada. Antes da morte de Bin Laden, muitas importantes figuras da organização morreram em bombardeios de aviões americanos não tripulados no noroeste do Afeganistão.
A morte de Bin Laden "representa uma baixa significativa, especialmente porque existe uma forte campanha contra a Al-Qaeda nos últimos anos", afirmou Seth Jones, um ex-funcionário do Pentágono que deu assessoria às forças especiais no Afeganistão.
Mas isso não significa que "os planos não continuem", disse Jones, no centro de análises Rand Corporation. "Nada disto significa que o terrorismo contra os Estados Unidos tenha acabado", ressaltou.
"O papel do Paquistão como ponto central pode diminuir", disse o analista, advertindo que os ramos da organização no Iêmen e em outros lugares podem operar "de maneira mais autônoma".
Os filiados da Al-Qaeda, incluindo seu grupo no Iêmen, e organizações associadas como Laskha-e-Taiba e o talibã paquistanês aumentaram de importância e foram associados aos recentes e frustrados ataques contra os Estados Unidos.
A Al-Qaeda observou um aumento no número de seus membros após os atentados de 11 de setembro e da invasão americana ao Iraque. Agora, os sucessores de Bin Laden vão tentar executar um ataque para motivar seus simpatizantes extremistas e tentar afastar qualquer possibilidade de fraqueza", analisou Jones.
"Um golpe como este os fará buscar desesperadamente maneiras de aumentar o recrutamento. Um dos planos pode ser realizando um ataque", declarou.
Peter Bergen, autor de vários textos sobre Bin Laden, afirmou que a Al-Qaeda se verá em necessidade de substituir seu líder por alguém que tenha força e influências suficientes.
"A grande questão é se ele vai se tornar o mártir que desejava ser", disse Bergen à rede CNN.
"A morte de Bin Laden indica o fim da guerra contra o terror. Não há ninguém que possa substituí-lo na Al Qaeda", completou.