postado em 04/05/2011 10:39
O regime líbio propôs prolongar o ultimato fixado aos rebeldes da cidade portuária de Misrata para que se rendam, mais de seis semanas depois do início da intervenção internacional na Líbia.Em Misrata, depois de uma noite de relativa calma, os combates prosseguiram no oeste e sudoeste da cidade sitiada há dois meses pelas forças leais ao coronel Muamar Kadafi, e cinco pessoas morreram em bombardeios na manhã desta quarta-feira (4/5).
Por outro lado, um barco com ajuda humanitária fretado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) atracou nesta quarta-feira(4/5) no porto de Misrata com 180 toneladas de ajuda humanitária e o objetivo de embarcar cerca de 1.000 imigrantes, a maioria originários da Nigéria, e a aproximadamente 40 civis líbios feridos nos combates.
O regime, por sua vez, anunciou, ao expirar à meia-noite o ultimato dado aos rebeldes, que pensava em prolongar o prazo em um ou dois dias.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Khaled Kaim, precisou que o coronel Kadafi está muito bem e que se reuniu com vários dirigentes tribais antes de um grande encontro marcado para quinta e sexta-feira.
Em meio a uma operação militar que parece estancada, o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, enfatizou que o objetivo da intervenção internacional na Líbia não é matar Kadafi, e sim debilitar o aparelho repressivo.
"Nosso objetivo não é matar Muamar Kadhafi", declarou o ministro em entrevista ao canal France 24, antes de reconhecer como "dano colateral" a recente morte de um filho do ditador líbio durante um bombardeio da Otan. "Atacamos objetivos militares em Trípoli", afirmou ainda.
[SAIBAMAIS]A Itália e Estados Unidos, por sua vez, estudam a possibilidade de criar um fundo de financiamento para os rebeldes líbios, informou o jornal italiano Il Sole 24 Ore, um dia depois do pedido de ajuda de três bilhões de dólares feito pelos insurgentes.
A Itália já preparou um plano para um fundo que ficaria sob supervisão e controle americano, mas cuja administração seria confiada a funcionários do sistema bancário italiano", afirma o jornal, que não revela a fonte da informação.
"O fundo receberia recursos do regime de Muamar Kadafi que foram bloqueados com base nas decisões da ONU e da UE", completa o jornal.
Segundo o Il Sole 24 Ore, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi discutirá a questão na quinta-feira em Roma com a secretária de Estado americana Hillary Clinton.
Por fim, a Corte Penal Internacional (CPI) afirmou ter provas sólidas de crimes contra a humanidade na Líbia e solicitará a emissão de ordens de prisão, segundo informoou promotor Luis Moreno Ocampo.
"Sim, temos provas sólidas contra a Líbia", revelou o promotor em entrevista na cidade de Nova York, onde informará ao Conselho de Segurança da ONU sobre os avanços na investigação líbia.
"Em breve apresentaremos os primeiros casos. Vários indivíduos estão envolvidos, entre um e cinco", disse Moreno Ocampo, sem revelar nomes.