Agência France-Presse
postado em 08/05/2011 12:28
Bagdá - Dez supostos membros da Al-Qaeda e oito policiais morreram na madrugada de sábado para domingo em Bagdá, durante uma rebelião em um presídio organizada pelo homem acusado de planejar a chacina da catedral siríaca da capital, disseram as autoridades neste domingo.A rebelião ocorre num momento em que as forças de segurança temem um aumento das atividades do braço iraquiano da Al-Qaeda. Eles podem tentar vingar o líder da organização, Osama Bin Laden.
O motim, que durou algumas horas, ocorreu no Centro de Detenção da Unidade de Luta Antiterrorista, provocando a morte de quatro oficiais.
Entre os mortos está o General Moayed Al Sayed, diretor da unidade, além de outros quatro policiais, informa um alto funcionário do gabinete antiterrorismo iraquiano, que pediu anonimato.
A revolta começou quando os policiais interrogavam um suspeito da Al-Qaeda, Huthaifa Al Bataui, para obter informações sobre possíveis projetos de retaliação.
Bataui é acusado de ter coordenado o sangrento atentado contra a catedral siríaca de Bagdá, em 31 de outubro de 2010, quando morreram 44 fiéis, dois sacerdotes e sete membros das forças de segurança.
Em novembro, quando foi preso com outros onze membros da Al Qaeda, as autoridades afirmaram que ele era o líder do braço da organização terrorista no Iraque.
Durante o interrogatório, por volta da meia-noite, Bataui conseguiu tomar posse da arma de um tenente e o matou. Além de ter feito alguns reféns, ele libertou nove prisioneiros que seriam membros do braço da Al-Qaeda no Iraque, afirma a fonte.
O grupo foi então para o escritório do general Saleh, e o assassinou com um tiro na cabeça. Em seguida, pegaram armas e granadas apreendidas.
Cinco dos detentos tentaram fugir numa viatura, mas membros das forças especiais chegaram com reforços e mataram os fugitivos.
Os outros cinco se refugiaram no presídio até que o último foi morto, por volta das 04H30 no horário local, indica a fonte, acrescentando que um outro preso foi ferido.
"A célula que foi desmantelada em novembro também era acusada de ter organizado muitas outras operações terroristas, não só a da catedral", explica o responsável.
"Muitas outras investigações estavam em curso, por isso estavam detidos na Unidade Antiterrorista".
No centro de detenção havia 220 presos, entre os quais 38 supostos membros da Al-Qaeda.
Após a morte de Osama Bin Laden, as medidas de segurança foram reforçadas no Iraque, onde a Al-Qaeda ainda consegue realizar grandes operações.