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Detidos 3 pilotos que jogaram freira no mar durante ditadura argentina

Agência France-Presse
postado em 10/05/2011 16:17
Buenos Aires - Três oficiais da Guarda Costeira foram detidos sob acusação de participar de um "voo da morte" no qual uma freira francesa e outras quatro mulheres foram jogadas vivas de um avião no mar durante a ditadura argentina (1976-83), informou nesta terça-feira (10/5) uma fonte judicial à AFP.

"As três pessoas detidas, que eram da Prefeitura (Guarda Costeira), uma delas atual piloto de voos internacionais da Aerolíneas Argentinas, seriam aqueles que pilotaram o voo" no qual foram jogadas no mar a freira francesa Léonie Duquet e quatro integrantes da organização humanitária Mães da Praça de Maio, disse a fonte que pediu para não ser identificada.

O juiz federal Sergio Torres, encarregado do caso, também ordenou a detenção de um advogado e de um integrante da Marinha de Guerra, ambos na província de Mendoza (oeste).

Os corpos das cinco mulheres, entre eles o da fundadora do grupo Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, foram encontrados em 2005 enterrados como indigentes no cemitério de uma cidade litorânea, depois de terem sido encontrados em uma praia para onde foram levados pelo mar no final de 1977.

Centenas dos 5.000 detidos-desaparecidos do campo de extermínio da Escola de Mecânica da Marinha (ESMA, em espanhol) eram sequestrados e jogados vivos no mar nos chamados "voos da morte", segundo denúncias de organizações defensoras dos Direitos Humanos.

"O juiz os acusa, além disso, de outros 20 casos de "voos da morte", afirmou a fonte judicial.

A fonte identificou os detidos como Alejandro Domingo D;Agostino, Enrique José de Saint Georges e Mario Daniel Arru.

Todos eles eram oficiais de Guarda Costeira no momento do crime investigado. Arru é hoje comandante na companhia aérea argentina.

Cerca de 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organizações humanitárias.

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