postado em 11/05/2011 08:35
A Otan disse nesta terça-feira (10/5) que não sabe se Muammar Kadafi continua vivo, mas voltou a negar que o ditador seja um dos alvos de seus ataques aéreos a Trípoli.
"Todos os alvos da Otan são alvos militares, o que significa que todos os alvos que estamos atacando, como na noite anterior (de segunda-feira) em Trípoli, são centros de comando e bunkers" utilizados pelo regime líbio, explicou em Bruxelas o general Claudio Gabellini.
A Aliança Atlântica "não mira em indivíduos", assegurou o oficial, que falou à imprensa por teleconferência do quartel-general de Nápoles (Itália), de onde a Otan coordena a operação na Líbia.
Interrogado sobre se Kadafi continua vivo, o general respondeu: "Não temos nenhuma prova. Não sabemos o que ele está fazendo agora".
"Na realidade, não estamos interessados no que ele está fazendo. Nossa missão é proteger os civis dos ataques". Uma série de violentos bombardeios aéreos abalou Trípoli na madrugada de segunda para terça-feira como parte da campanha cuja coordenação a Otan assumiu no dia 31 de março.
Os ataques foram feitos depois de o diretor da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmar que "o tempo está correndo para Kadafi". Segundo Rasmussen, "Kadafi deve se render em breve, uma vez que não há futuro para ele e para seu regime".
Segundo a ONU, as forças de Kadafi têm paralisado uma nação rica em petróleo e causado sofrimento à população, que tem vivenciado uma escassez generalizada de bens essenciais.
O ditador líbio sobreviveu a um ataque da Otan realizado no dia primeiro de maio, que matou seu segundo filho mais novo, Seif al-Arab, e três de seus netos. Desde então, a Otan já atingiu mais de 30 alvos militares em Misrata e arredores. Também tem havido confrontos entre os rebeldes do leste e forças governamentais do oeste, disseram médicos locais.
O chefe do serviço médico dos rebeldes, Dr. Ahmed al-Ignashi, disse que seis soldados da oposição foram mortos e dez ficaram feridos na segunda-feira ao cruzarem uma estrada a oeste da estratégica cidade de Ajdabiya. "Kadafi já sofreu perdas pesadas".
A agência de refúgio da ONU pediu a que todos os navios do mediterrâneo dêem assistência aos barcos que estão deixando a Líbia, reagindo a relatos de que uma embarcação levando mais de 600 pessoas teria naufragado na semana passada.