Agência France-Presse
postado em 12/05/2011 22:12
Washington - Osama Bin Laden mantinha sua autoridade sobre a rede terrorista Al-Qaeda e estava determinado a cometer "atentados espetaculares" nos Estados Unidos antes de ser morto por um comando americano em uma casa no Paquistão, revelam documentos encontrados no local da operação.O líder da Al-Qaeda insistia "continuamente" no planejamento de "atentados espetaculares", pedindo a seus comandados que se concentrassem em objetivos americanos e ocidentais, em detrimento de ações no Iêmen ou na Somália, disse um funcionário americano sobre o material encontrado no local da morte de Bin Laden, na cidade paquistanesa de Abbottabad.
Bin Laden escreveu aos principais líderes da Al-Qaeda dizendo que desejava atacar cidades importantes dos Estados Unidos, incluindo Los Angeles, assim como trens e aviões no território americano, destacou o funcionário, que pediu para não ser identificado.
O líder da Al-Qaeda se concentrava em atacar "transportes e infraestrutura", e queria realizar as ações em datas simbólicas, como o Dia da Independência dos Estados Unidos (4 de Julho) e o décimo aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Apesar de informações da imprensa de que Bin Laden não exercia mais o controle operacional da Al-Qaeda, o funcionário afirmou que a residência no Paquistão era uma sede importante da rede terrorista.
"Estamos convencidos de que era um centro de controle e comando da Al-Qaeda (...), um núcleo da liderança" da organização.
A residência em Abbottabad não se parecia com um centro de comando militar ou um local de direção da Inteligência americana, "mas isto não faz dela um local menos perigoso", destacou.
Abbottabad "não era um centro de reflexão da Al-Qaeda ou uma casa de retiro para terroristas".
Os documentos e arquivos de computador revelam ainda que Bin Laden insistia no recrutamento entre as "minorias" nos Estados Unidos para promover os esforços da Al-Qaeda, segundo outra fonte.
Detalhes sobre as mensagens de Bin Laden foram divulgados hoje pelo jornal The Washington Post e outros meios americanos.
Segundo o Post, Bin Laden mantinha comunicação, via mensageiros, com um número reduzido de líderes da Al-Qaeda, incluindo Ayman al-Zawahiri, considerado o número dois da rede terrorista, e o líbio Atiya Abd al-Rahman, outro "peso-pesado" da organização.
O material apreendido em Abbottabad é analisado por mais de nove agências do governo americano e inclui dezenas de pen drives, DVDs, arquivos em disco rígido, anotações, gravações e memória de telefones celulares.