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Líbia enterra 11 líderes religiosos mortos em ataque da Otan

Agência France-Presse
postado em 14/05/2011 11:23
TRÍPOLI - A Líbia está de luto neste sábado, dia que em que serão enterrados 11 líderes religiosos (imã) mortos durante um bombardeio da Otan, que lamentou pelas vítimas.

Os 11 imãs morreram na noite de sexta-feira durante um ataque da organização em Brega (leste do país), que deixou ainda 50 pessoas feridas - cinco delas em estado grave - afirmou o porta-voz do governo libanês Musa Ibrahim, em uma coletiva de imprensa.

Em um comunicado, a Otan explicou que bombardeou uma central de comando e controle que era utilizada pelo regime de Muamar Kadhafi para coordenar os ataques contra a população civil.

"Estamos cientes das alegações de que as vítimas do ataque seriam civis, ainda que não possamos ter certeza da veracidade desta informação. Lamentamos a morte de civis quando elas ocorrem,", afirmou a Otan na nota divulgada.

Em 1; de abril, a organização matou por engano nove rebeldes e quatro civis ao leste do porto de Brega e no dia 7 foram contabilizadas mais quatro mortes em um ataque nos arredores da cidade de Ajdabiya.

Após estas incursões, Kadhafi desafiou a Otan. Em uma pequena mensagem de áudio divulgada na noite de sexta-feira, ele disse que "os bombardeios não me alcançaram porque milhões de libaneses me levam no coração".

A mensagem foi divulgada pela televisão estatal um dia depois dos bombardeios da Otan contra uma das residências de Khadafi, em Trípoli. O ataque deixou três mortos - entre os quais dois jornalistas - e 27 feridos, de acordo com um balaço oficial do governo.

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppe, pediu em uma entrevista publicada neste sábado no jornal árabe Al Hayat que seja intensificada a pressão militar sobre o regime de Kadhafi que, acredita ele, está nos seus últimos dias e que seu fim se trata de uma "questão de semanas".

No campo militar, os rebeldes conseguiram na sexta-feira - graças a tomada do aeroporto de Misrata - provocar o recuo das forças de Khadafi.

Durante a retirada, o Exército deixou pelo caminho vários corpos de soldados, assim como caminhões carregados com munição. Dois rebeldes morreram nos combates.

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