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Casa Branca e ONU pedem moderação entre Israel e Palestina

postado em 17/05/2011 08:14
Palestinos em funeral no campo de refugiados Ain el-Helweh: fronteiras vigiadas

Com as tropas israelenses mantidas prontas para combate nas fronteiras com a Síria e o Líbano, onde pelo menos 12 palestinos foram mortos durante protestos no domingo, o medo de novos incidentes na região faz a tensão chegar a limites extremos. Ontem, o governo dos Estados Unidos foi forçado a pedir ;moderação; para os ;dois lados;, mas sem deixar de apoiar Israel, seu mais forte aliado no Oriente Médio. ;Lamentamos a perda de vidas e nossos pensamentos estão com as famílias e entes queridos dos mortos e feridos;, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One. Também a ONU pediu prudência a palestinos e a israelenses.

No dia seguinte ao confronto, milhares de palestinos saíram em procissão fúnebre em campos de refugiados na Síria e no Líbano para sepultar seus mortos. Enquanto isso, o Exército de Israel prolongou por 24 horas o bloqueio da Cisjordânia ocupada, até meia-noite de segunda-feira (18h de Brasília). Nas Colinas de Golã, área na fronteira com a Síria ocupada por Israel na guerra de 1967, centenas de policiais buscavam suspeitos.

Ao mesmo tempo em que lamentou o confronto, a Casa Branca destacou que os israelenses estavam no direito de impedir a invasão de seu território. ;Israel, assim como os outros países, tem o direito de impedir entradas não autorizadas em suas fronteiras. Seus vizinhos têm a responsabilidade de evitar essas ações;, observou o porta-voz de Obama.

Para os EUA, não há dúvida de que a Síria alimenta os protestos. ;Parece-nos evidente que se trata de uma tentativa de desviar as atenções dos legítimos protestos do povo sírio e da repressão violenta exercida pelo governo sírio contra seu próprio povo;, assinalou Carney.

Os episódios do fim de semana acrescentam pressão sobre o governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, num momento em que os palestinos têm ganhado apoio internacional para a criação de seu Estado e pretendem declarar sua criação na Assembleia Geral da ONU, em setembro. Israel diz que o Estado só pode ser criado a partir de negociações e vem fazendo críticas ao recente acordo entre as facções palestinas do Fatah e do Hamas, que prevê a formação de um governo interino e a realização de eleições ainda este ano.

Ontem, Netanyahu voltou a condenar o acordo. Em discurso no Parlamento, o premiê também voltou a exigir que os palestinos reconheçam Israel como um Estado judaico, resolvam a questão dos refugiados fora das fronteiras e aceitem a presença permanente do Exército israelense no Estado palestino, que deverá ser desmilitarizado. No entanto, o líder pareceu manter a possibilidade de fazer concessões territoriais futuras, caso suas exigências para a paz ; rejeitadas pela Palestina no passado ; sejam atendidas.

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