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Crise habitacional antecipa clima eleitoral na Venezuela

postado em 18/05/2011 11:21
Brasília ; Convertida em motor de um megaprojeto governamental, a crise de moradia na Venezuela antecipou o clima de campanha eleitoral no país, apesar das eleições presidenciais estarem previstas somente para o ano que vem.

No pleito, o presidente venezuelano Hugo Chávez, há 12 anos no poder, disputará seu terceiro mandato presidencial. A Missão Moradia, programa social lançado por Chávez há duas semanas, promete entregar 150 mil casas neste ano e solucionar o déficit de 2 milhões de moradias do país até 2017.

Na opinião de analistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, Chávez busca recuperar pelo menos 2 milhões de votos perdidos entre as eleições presidenciais de 2007 e as parlamentares do ano passado.

Segundo a consultoria Datanalisis, o atual líder enfrenta uma tendência negativa em seu índice de aprovação, atualmente em 50% ; 20 pontos percentuais abaixo dos 70% de popularidade que chegou a alcançar há quatro anos.

As pressões sobre o governo relacionadas à crise habitacional aumentaram no ano passado, quando mais de 150 mil famílias ficaram desabrigadas em consequência das fortes chuvas que castigaram o país.

A nova missão prevê a entrega de casas ou apartamentos subsidiados pelo governo, com prazos de até 25 anos para o pagamento, taxa fixa de juros e parcelas mensais cujos valores são definidos a partir do salário dos novos moradores.

Na esteira da missão, Chávez emitiu um decreto que permite a expropriação de terrenos baldios para a construção de casas e deu carta branca a organizações sociais para "identificar" os chamados latifúndios urbanos que podem ser transformados em moradias populares. Em 12 anos, o governo construiu apenas 300 mil casas.

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