Agência France-Presse
postado em 19/05/2011 21:03
Bogotá - A Suprema Corte de Justiça da Colômbia desqualificou o uso como provas dos arquivos encontrados em 2008 em um computador do líder guerrilheiro morto Raúl Reyes, que causaram fontes enfrentamentos diplomáticos com a Venezuela e o Equador, noticiou a imprensa esta quinta-feira (19/5) .A Suprema Corte havia decidido descartar estes arquivos, com o argumento de que não foram recolhidos pela polícia judicial, mas por militares que também atuaram fora da Colômbia, segundo o jornal El Tiempo.
Os computadores de Reyes foram apreendidos pelas forças militares colombianas no acampamento dele no Equador, bombardeado em março de 2008, matando o líder guerrilheiro e outras 22 pessoas.
Este bombardeio causou o rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia por parte do Equador e deteriorou as relações com a Venezuela. Os supostos arquivos encontrados nestes computadores foram divulgados pelo governo do ex-presidente colombiano, Alvaro Uribe, após serem certificados pela Interpol.
A decisão de descartar o valor probatório destes documentos estaria vinculada a um ato inibitório emitido na quarta-feira pela Corte no caso do ex-parlamentar de esquerda Wilson Borja, que foi acusado de manter vínculos com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Mas uma porta-voz deste tribunal se absteve de comentar o caso esta quinta-feira, ao indicar que tem reserva legal e que será esclarecido mais adiante pela Suprema Corte.
Os arquivos dos computadores de Reyes serviram no ano passado para que a Procuradoria (justiça adminsitrativa) pedisse a destituição da senadora liberal Piedad Córdoba, que mediou com as Farc a libertação de sequestrados.
Córdoba, sancionada com inelegibilidade por 18 anos, foi efetivamente destituída pelo Congresso em novembro de 2010.