Agência France-Presse
postado em 20/05/2011 16:11
Nicósia - As forças de segurança sírias mataram pelo menos 34 pessoas, incluindo uma criança, ao abrirem fogo nesta sexta-feira (20/5) contra milhares de manifestantes que protestavam em toda a Síria para exigir liberdade e a queda do regime de Bashar al-Assad, segundo militantes dos Direitos Humanos.Dezenas de manifestantes também foram feridos pelas forças de segurança, acrescentaram os militantes contatados por telefone pela AFP desde Nicósia.
Mais de dois meses após o início da revolta sem precedentes, o governo continua a ignorar os apelos internacionais pressionando por um fim da repressão ao movimento, incluindo o do presidente americano Barack Obama, que pediu ao seu colega sírio Bashar al-Assad que "lidere a transição" ou saia.
O pedido da oposição por uma "Sexta-feira da liberdade" e da unidade nacional foi seguido por milhares de pessoas, que protestaram principalmente em Homs (centro), Deraa (sul), Idlib (oeste), Banias (noroeste) e Qamichli (norte).
Em Banias, os manifestantes exibiam ramos de oliveira e homens protestavam sem camisa para mostrar que não estavam armados, refutando as acusações do regime que atribui desde o início do levante os choques a "gangues criminosas armadas" e a "grupos terroristas".
O registro mais pesado foi apresentado na cidade de Maaret al-Naamane, próximo à cidade de Idlib (oeste), onde 15 pessoas, entre elas um adolescente de 15 anos, foram mortas pelas forças de segurança que abriram fogo para dispersar os manifestantes, segundo eles.
Outros doze manifestantes, sendo uma criança de 10 anos e dois adolescentes de 15 e 16 anos, morreram atingidos por tiros disparados pelas forças de segurança na cidade de Homs (centro), foco da onda de contestação contra o regime tomada há quase duas semanas pelo Exército, acrescentaram os militantes.
Duas pessoas foram mortas na região de Deraa (sul), cidade que lidera as manifestações no país, um manifestante morreu em Daraya, subúrbio de Damasco, um perdeu a vida em Lattaquié, principal porto do país (oeste), um foi morto em Hama (centro) e dois morreram em Deir Zor (leste), acrescentaram.
Os militantes apresentaram uma lista com os nomes das 34 vítimas.
Em Washington, Barack Obama disse ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nesta sexta-feira que a situação na Síria representa um motivo de grande preocupação tanto para seu vizinho israelense como para os Estados Unidos.